sábado, 11 de março de 2006

O QUE VIRÁ A SEGUIR?

A oposição do Congresso norte-americano à tomada de controlo de um conjunto de seis dos seus principais portos (Nova Iorque, Nova Jérsia, Baltimore, Nova Orleães, Miami e Filadélfia), pela Dubai Ports WORLD (assunto já aqui abordado), empresa com sede no Dubai, que recentemente tomara o controlo sobre a britânica P&O (Peninsular and Oriental Steam Navigation), anterior responsável daqueles movimentos, levou a administração da DP WORLD fortemente controlada pelo governo dos Emiratos Árabes Unidos a desistir daquela posição.

Esta decisão, sem dúvida ditada pela necessidade de evitar conflitos com a administração americana, traz alguns problemas à DP WORLD que seguramente verá reduzido o seu volume de negócios e de mais-valias, mas um ainda maior ao próprio George W. Bush.

Tornando pública a clivagem entre o presidente e a maioria republicana no Congresso, a margem de manobra daquele, já muito reduzida com o arrastar da aprovação do Patriot Act (lei que atribui poderes especiais de controlo e vigilância ao presidente sobre os seus cidadãos americanos), encontra-se agora mais debilitada e alguns analistas americanos questionam-se mesmo sobre os efeitos que isto poderá ter nos três anos de mandato que ainda faltam cumprir a George W. Bush.

Por mim, preocupo-me mais com os efeitos que este revés poderá ter no desenvolvimento da política externa norte-americana. Sendo normal para as administrações americanas (e para muitos outros governos pelo mundo fora) utilizar como recurso a criação de um facto político-militar no, ou com o, exterior como forma de ultrapassagem destas crises de confiança interna, questiono-me se isto não será mais uma “acha” para a fogueira que já arde no Médio-Oriente?

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