Depois de uma
primeira ideia favorável ao englobamento de todos os rendimentos em sede de
IRS, eis que o governo de António Costa dá o dito por não dito e até já admite
que nem em 2020 nem provavelmente nunca…
É verdade que mal
a ideia foi anunciada logo surgiu a avalanche de críticas, comentários e
lamúrias lembrando o medonho dano que se faria à já frágil capacidade de
poupança nacional ou agitando o desgastado espantalho da fuga do investimento
estrangeiro. Muito barulho para a habitual cortina de fumo com se continua a
escamotear uma triste realidade nacional onde se aplicam taxas mais elevadas aos
rendimentos de trabalho que aos de capital (rendas, juros e dividendos) e ainda
se tem o despautério de classificar a hipótese niveladora de agravamento fiscal,
como se a introdução de critérios equiparados e niveladores constituísse outra
coisa senão um agravamento para o conjunto de rendimentos que tem beneficiado
de injustas prerrogativas.
Em resumo, este
é apenas mais um exemplo do conhecido aforismo da entrada de leão e saída de
sendeiro; António Costa e o PS continuam a bloquear as políticas que possam trazer
maior equidade fiscal, mantendo a famigerada prática de pouco ou nada beliscar
os interesses dos mais ricos e poderosos.