domingo, 29 de agosto de 2010

A NOVA NEW ORLEANS NÃO É PARA POBRES

Decorridos cinco anos sobre a data em que o furacão Katrina se abateu sobre a cidade norte-americana de New Orleans é interessante que a par das muitas notícias que dão conta dos milhões e dos esforços dispendidos na reconstrução da cidade, outras haja, como esta da correspondente do PUBLICO em Washington, que não deixem esquecer que o que tem sido feito tem privilegiado a recuperação das zonas mais ricas em detrimento dos bairros pobres. 


Lembrando que aquela cidade não é para pobres, refere anacronismos como o facto do Charity Hospital (um dos maiores do país) continuar encerrado, privando as populações mais carenciadas de cuidados básicos de saúde, o facto das rendas imobiliárias terem disparado para valores que são o dobro ou triplo das praticadas à data da catástrofe e de continuar por conhecer o número real de vítimas (embora o EXPRESSO na sua última edição fale em mais de 1800 mortos, um milhão e meio de refugiados e 81 mil milhões de dólares de prejuízos materiais), apetece concluir que a indiferença continua a ser uma importante motivação para os negócios.

sábado, 28 de agosto de 2010

IRÃO OU NÃO...

Enquanto continuam a surgir notícias em torno do Irão e do seu programa de desenvolvimento nuclear, que vão desde o anúncio ao início da actividade da central nuclear de Bushehr, aos ecos das reacções israelitas e das preocupações internacionais sobre aquele anúncio, outras há que aparentemente diversas devem ser vistas como directamente ligadas.


Assim, não será de estranhar que ao recente anúncio da retirada das tropas americanas do Iraque, com a consequente disponibilização de homens e equipamento para outros cenários ou hipóteses de conflito, e na sequência do agravamento das sanções económicas decididas pela comunidade internacional (sob o alto patrocínio e o grande impulso dos EUA) o regime iraniano tenha respondido com o anúncio do desenvolvimento de novo armamento convencional, nomeadamente a apresentação de um avião bombardeiro não tripulado e a intenção de produção de lanchas rápidas equipadas para o lançamento de mísseis.

Conhecidos que são há alguns anos os planos do Pentágono para estender a guerra no Médio-Oriente ao Irão e à Síria (quem esqueceu já as inflamadas declarações daqueles responsáveis durante a administração Bush) e a mudança que introduziram nos conceitos e nas normas de uso do seu arsenal nuclear, que na sequência do 11 de Setembro deixou de considerar o recurso a armamento nuclear como resposta retaliadora para o passar a considerar como recurso preventivo, as notícias mais recentes e o tom crescentemente ameaçador dos responsáveis israelitas (tradicionais aliados dos americanos e como estes detentores de um arsenal nuclear) não pode senão aumentar os receios de nova escalada bélica na região.


Enquanto comentadores e analistas ocidentais se desdobram nos esforços de explicar a inevitabilidade do “assalto ao Irão” (descrevendo o inexistente armamento nuclear iraniano como uma ameaça enquanto desvaloriza os evidentes efeitos do uso dos arsenais nucleares americano e israelita)e o regime iraniano parece apostado numa estratégia à maneira de Saddam (ameaçando retaliações e outros malefícios ao Ocidente), corremos cada vez mais o risco de ver concretizada a profecia de Einstein que um dia terá dito que ignorava que tipo de armamento seria utilizado numa III Guerra Mundial, mas tinha a certeza que a IV seria disputada à pedrada.

Humor à parte, cada vez parecemos mais próximo de sermos arrastados para um conflito que longe do efeito pacificador e dissuasor que alguns lhe atribuem pode arrastar os vizinhos Rússia e China (duas outras potência nucleares e ambas membros activos da SCO (Shanghai Cooperation Organization) que é uma aliança militar que além dos seis estados fundadores – China, Kazaquistão, Kyrgistão, Rússia, Tajiquistão, e Uzbequistão – inclui como observadores o Irão e mais duas potências nucleares, a Índia e o Paquistão) para um confronto de contornos e de desfecho militar imprevisível, mas de seguros malefícios para o Planeta e para as suas populações.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

CABRAS-BOMBEIRO

À primeira vista, esta notícia do JORNAL DE NEGÓCIOS em plena “silly season” pareceu-me particularmente adequada à época; porém, uma segunda leitura levou-me a outras e a olhar a ideia de forma mais adequada.


Afinal se uma das principais razões para o flagelo dos fogos florestais é o abandono a que as macrocéfalas políticas de gestão do território conduziram vastas áreas do interior da Península Ibérica, talvez uma iniciativa tão simples como a repovoação de caprinos nas serranias do interior constitua uma medida significativa no combate aos cada vez mais tradicionais incêndios de Verão.

Os governos ibéricos dizem-se dispostos a investir cerca de 50 milhões de euros, nas zonas raianas dos distritos da Guarda, Bragança, Zamora e Salamanca, na aquisição de 150 mil cabeças de gado caprino, na construção de 12 queijarias, uma central de comercialização, 15 lojas e dois matadouros para abate dos animais (um em Portugal e outro em Espanha); estes e outros serviços, deverão originar receitas anuais estimadas em 30 milhões de euros, e cerca de 550 postos de trabalho.

Os promotores do projecto – Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Duero-Douro – esperam atrair algum investimento privado, mas o mais certo é este vir a depender apenas da componente pública o que não deixará de ser irónico pois os foram os poderes públicos os primeiros responsáveis pelas políticas de deslocalização das populações quando concentraram no litoral a maioria dos investimentos nas áreas de apoio às populações, votando o interior e as suas populações envelhecidas ao abandono.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

QUO VADIS IRAQUE?

A imprensa mundial tem difundido amplamente a notícia de que a «Última brigada de combate norte-americana retira do Iraque», mas talvez o principal continue por dizer.

É certo que esta iniciativa respeita os princípios enunciados por Barack Obama, quando prometeu a retirada das tropas americanas até final de 2011, pois as cinco dezenas de milhar de soldados remanescentes terão como missão o apoio ao exército iraquiano, sem envolvimento directo em acções ofensivas, mas a questão fulcral permanece sem resposta e longe dos olhares mundiais.

Os EUA depois de invadirem um país soberano e de terem destruído as suas estruturas militares e civis, preparam-se para o abandonar sem que as condições mínimas de governabilidade e de sustentabilidade do país pareçam restabelecidas.


Já não é apenas o funcionamento das estruturas de apoio ao bem-estar que está em questão. A potência ocupante que, desrespeitando todas as regras internacionais derrubou o regime de Saddam Hussein, abandona agora os iraquianos sem que no território exista sequer uma forma estável de governo, pois continua por assegurar a formação de um governo na sequência das eleições que tiveram lugar em Março deste ano.

Usando a estratégia de dividir para reinar, de que usou e abusou o Império Britânico, também o Império Americano, depois de ter exacerbado os velhos ódios entre sunitas, xiitas e curdos, se prepara para abandonar as populações à sua sorte.

Deixados à míngua de quase tudo, restará aos iraquianos a solução de se digladiarem entre si até que um novo senhor da guerra emirja, subjugue os restantes e agrade ao poder imperial norte-americano.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

MÃOS VAZIAS

 
Foi a primeira imagem que me ocorreu ao ler no I que «Desempregados e deprimidos: jovens fogem em massa do mercado laboral» e o mais grave é quando se confirma (estatisticamente) essa tendência de quebra acentuada na entrada de jovens no mercado de trabalho

e quando, mesmo assim, se regista um elevado número de desempregados naquela faixa etária


Quando esta indisfarçável realidade nem sequer consegue ser atenuada pelo aumento da taxa de escolaridade (havia em 2009 menos jovens a frequentar o ensino superior que no início da década)

será preciso acrescentar algo mais a este negro cenário?

sábado, 14 de agosto de 2010

ANO INTERNACIONAL DA JUVENTUDE

Anunciado na Assembleia Geral da ONU da passada quinta-feira, com a habitual pompa e circunstância, eis-nos a viver um período de doze meses durante o qual é suposto que os poderes mundiais dediquem parte significativa da sua atenção a resolver os problemas que afectam directamente os mais jovens.

Ironicamente, ou não, simultaneamente com as notícias da iniciativa surgiram outras sobre o mais recente relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre a situação dos jovens no mercado de trabalho e o cenário apresentado não podia ser mais chocante. Segundo aquele documento entre 2007 e 2009, surgiram em todo o mundo mais 7,8 milhões de desempregados entre os 15 e os 24 anos de idade elevando o número de jovens desempregados aos 80,7 milhões, número que representa 13% da população activa daquela faixa etária.


E não se pense que este é um problema das economias menos desenvolvidas, pois é nas mais desenvolvidas que a taxa atinge os valores mais altos (17,7%) e as perspectivas da OIT para o ano em curso apontam para que se alcancem os 19%, nem que a situação portuguesa é sequer semelhante, pois segundo dados do INE (consultáveis aqui) aquela taxa atingiu no primeiro trimestre deste ano os 22,7%.

Perante dados desta natureza que poderemos esperar do Ano Internacional da Juventude? Salvo as habituais iniciativas mediáticas que terão os governantes para oferecer a estes jovens?

Pior, teremos nós, a geração que os originou e que conduziu os destinos das economias ao ponto em que estamos, capacidade para os compensarmos e não originarmos, como há dias escreveu no seu editorial o LE MONDE, uma «geração perdida»?

É que aos mais de 80 milhões de jovens desempregados é preciso juntar ainda os 152 milhões de jovens (cerca de 28% da população activa daquela faixa etária) que recebem um salário inferior a UM EURO diário. Embora esta realidade extrema nos possa parecer estranha, confortados que estamos com a fixação de um salário mínimo nacional de 475€, não podemos esquecer que mesmo assim grande número dos jovens portugueses sofrem do mesmo fenómeno de exclusão social, pois comparativamente com as faixas etárias mais velhas apresentam melhores níveis de escolaridade e auferem salários invariavelmente inferiores.

Sobre este fenómeno já em Julho de 2007 escrevia a jornalista Carla Aguiar no DN que o «....afunilamento do mercado de trabalho, com a economia deprimida e a administração pública a reduzir contratações, está a empurrar cada vez mais jovens para o desemprego ou para o trabalho ocasional. As escassas oportunidades de emprego [...] surgem em regime de trabalho temporário, com contratos renováveis de três meses. Muito em particular, no sector dos call centers, onde mais têm crescido as ofertas de trabalho, empregando já cerca de 50 mil pessoas. Porém, apesar de as licenciaturas serem comuns nos centros de atendimento de chamadas, os salários são baixos e incertos. É a chamada "geração dos 500 euros"» e esta situação em pouco ou nada se alterou desde essa data. Os nossos jovens continuam a sair das escolas e ser submersos num mundo laboral onde há muito deixaram de imperar critérios de conhecimento e qualidade para passarem a vigorar o compadrio e o nepotismo agora agravados pela precariedade e pelos baixos salários que a crise tão generosamente oferece ao exército de desempregados que gerou.

A última esperança que me resta é que a apreciação do LE MONDE seja demasiado pessimista e que os jovens de agora ainda consigam superar as suas actuais dificuldades de forma idêntica à que nós conseguimos na década de 80 e que eles, ao contrário de nós, consigam proporcionar aos filhos uma economia (e uma sociedade) melhor que a que nós construímos para eles.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

PÃO E OPORTUNISMO

Embora não tenham faltado nos últimos dias notícias sobre um muito próximo aumento do preço do pão, poucas têm sido as que colocam a questão de forma adequada. Os industriais do ramo justificam os aumentos refugiando-se no argumento da subida do preço mundial das matérias-primas, que esta notícia parece confirmar.

Sucede porém que, como muito bem se refere no fecho desta notícia do ECONÓMICO, «...a recente subida de preços das “commodities” agrícolas em termos internacionais a ter impacto este ano, só "será reflectido dentro de 3 a 6 meses". Uma situação que se justifica pela forma como se processa a negociação de matérias-primas nos mercados internacionais: através de contratos de futuros e de “forwards”»; mais, o pico registado nos mercados internacionais coincidiu com a notícia da suspensão das exportações de cereais russos, na sequência da seca e dos fogos que têm atingido aquele país.

Na prática o indicador que as associações industriais do ramo da panificação estão a utilizar para justificar a pretensão dos aumentos não constitui mais que uma consequência da especulação que de pronto se abateu sobre o mercado dos cereais logo que foi conhecida a decisão russa.

E para provar que tudo o que se tem dito não passará de uma mera manobra, recordo que simultaneamente se fizeram ouvir apelos à liberalização das importações de cereais dos EUA e do Canadá (como refere esta notícia do PUBLICO), prática que introduzirá nos mercados europeus aos OGM que aquele países produzem.

Na prática a verdadeira preocupação dos industriais da panificação não é o aumento do custo da matéria-prima (que a verificar-se apenas ocorrerá num período de seis meses) mas sim a possibilidade de importação de matéria-prima mais barata mas de questionável efeito para a saúde pública.

Se nos tempos do velho Império Romano foi sobejamente testado o princípio do “panem et circenses” com o importante objectivo de manter controlada a populaça, como então se dizia (hoje ainda se diz em alguns círculos, mas não é politicamente correcto…), como qualificar hoje esta estratégia, que podia bem ser designada de “pão e oportunismo”?

sábado, 7 de agosto de 2010

MAIS EDUCAÇÃO

Depois de ler a notícia do DN que assegura que «'TurmaMais' reduz em um terço o insucesso escolar» não resisto a retomar a polémica em torno da entrevista que a ministra da Educação deu, na passada semana, ao EXPRESSO e a famigerada questão do fim dos chumbos, pois aquele pode até constituir um bom exemplo do que afirmei no “post” anterior a propósito da necessidade de maior contenção e ponderação. 


Talvez que se Isabel Alçada tivesse iniciado o discurso com os resultados (aparentemente positivos) da experiência, para concluir que talvez este pudesse ser um caminho para vir a alcançar a desejada redução das retenções, ter-se-iam minimizado as possibilidades do eclodir da polémica e, principalmente, evitado todo o “ruído” que de imediato se produziu.

Atendendo à interligação das notícias, o próprio “timing” da informação ou foi desastrosamente gerido pelo Ministério da Educação ou criteriosamente gerido pelos órgãos de informação; em qualquer dos casos a notícia sobre os ensaios realizados durante o último ano lectivo, ao nível do 7º ano de escolaridade, com a criação de uma turma adicional pela qual circularam todos os alunos daquele ano (solução que potenciou o trabalho dos docentes com um número menor de alunos, logo com um melhor acompanhamento) coloca de imediato a questão de saber porque é que ainda em Maio último o secretário de Estado da Educação afirmou à Lusa (conforme esta notícia do DN) a rejeição da redução do número de alunos por turma como forma de melhorar o aproveitamento e a disciplina nas escolas.

Será que o secretário de Estado ignorava o projecto que estava a decorrer ou, simplesmente, estas questões são geridas principalmente em função das agendas políticas dos governantes e dos opositores?

Quanto mais tempo teremos que esperar até vermos questões basilares de qualquer sociedade, como a educação, a justiça, as finanças, serem objecto de definições programáticas a médio/longo prazo, no quadro das competências parlamentares, em vez de servirem de argumentos de arremesso entre políticos medíocres.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

GRANDES NEGÓCIOS

A notícia ontem publicada pelo ECONÓMICO de que «PT não paga imposto sobre lucro da venda da VIVO» (também hoje abordada pelo PUBLICO que assegura que «Só os pequenos investidores serão tributados na venda da VIVO»), constitui uma clara evidência de uma das origens da crise que atravessamos, crise que, como muitas vezes tem sido referida, vai muito além da esfera económica.
Á crise económica e financeira junta-se a medonha crise de valores éticos que esteve na origem daquela. Quem já esqueceu o papel determinante que teve a especulação desenfreada e desregrada (ao abrigo dos princípios mais radicais do liberalismo económico) no colapso do sistema financeiro norte-americano? ou a simples popularização da ideia do enriquecimento rápido e baseado num despudorado oportunismo, tantas vezes toscamente mascarado de oportunidade?



Embora em aparência a questão da tributação das mais-valias pareça resumir-se a uma questão do foro fiscal, o que ela na realidade revela é um elaborado mecanismo de concentração da riqueza. Quando, a pretexto da defesa do crescimento económico de regiões ditas desfavorecidas, se elaboraram leis prevendo isenções fiscais para empresas e negócios o resultado acaba por ser o favorecimento destas e dos seus proprietários em detrimento do resto das populações.

Será preciso, em especial na actual conjuntura, recordar que cada cêntimo assim escamoteado aos cofres públicos é mais um cêntimo que os poderes públicos exigirão a todos os não accionistas das PT’s que pululam por esse mundo fora?

É esta a justa repartição de esforços que os políticos que nos têm governado entendem adequada? ou, pelo contrário, tudo isto não passa de mais uma clara demonstração da forma como temos vindo a ser esbulhados da riqueza que produzimos?
____________________
NOTA: Este "post" foi originalmente publicado no dia 03 de Agosto; dificuldades na inserção da imagem fizeram com que hoje, após a sua resolução, a ele tenha regressado originando a sua republicação com a  data actual.

IDEIAS PRÓPRIAS

Dois jornais nacionais (o semanário EXPRESSO e o DIÁRIO DE NOTÍCIAS) publicaram nos últimos dias duas entrevistas com altos responsáveis por duas das áreas mais sensíveis para qualquer sociedade: a educação e a justiça.

Independentemente das polémicas geradas pelas declarações da ministra da Educação, Isabel Alçada, sobre a intenção de acabar com os chumbos (prontamente criticada por quase todos os quadrantes) ou do Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, sobre a exiguidade dos seus poderes (tão rapidamente criticado quanto a primeira), o que gostava aqui de repescar é a aparente ligeireza com que questões com a gravidade das expostas, são difundidas na comunicação social por personalidades de quem se deve esperar maior contenção e ponderação.

Produzir declarações bombásticas para horas depois voltar a público para dizer que não disse bem o que foi dado ao prelo... não abona a favor das personalidades e ainda menos das políticas que dizem pretender aplicar.

Céptico como sou e perante o avolumar deste tipo de “casos” apetece-me perguntar: será que o que pretendiam não era precisamente gerar a polémica? tomar o pulso à opinião pública, para depois agirem em conformidade com as reacções?

Infelizmente, a repetição deste tipo de situações indicia que estaremos apenas perante personalidades enfeudadas ao culto do “politicamente correcto” e que decidem mais em função de ventos conjunturais que sustentadas nas suas próprias convicções. Tristemente, esta constatação apenas reforça a noção que tende a generalizar-se de que as diferenças entre os sucessivos ocupantes dos cargos de maior responsabilidade é cada vez menor, pois poucos são os que revelam disposição para defenderem ideias próprias, quando as têm....