Num calendário cada vez mais cheio de efemérides, convencionou-se dedicar o dia de hoje ao estudante.
Mais do que falar das iniciativas que normalmente assinalam esta data, muitas das quais se resumem (mal) aos muros das escolas, quero hoje deixar aqui registo de duas notícias muito ligadas à situação e cultura de ser estudante.
A primeira tem a ver com a reabertura, marcada para hoje, do Café Âncora d’Ouro, no Porto. Para muitos isto nada significa, porém para os portuenses e os estudantes em especial a reabertura do seu «CAFÉ PIOLHO» é mais do que uma data a assinalar – é um marco de relevo para a preservação de um certo tipo de cultura de bases. Para quem o ignore, informo que o «CAFÉ PIOLHO» sempre foi por tradição um local popular, frequentado por todo o tipo de clientela, mas também um local de tertúlia para os muitos estudantes, intelectuais e políticos do Porto.
A segunda prende-se com as recentes notícias chegadas de Paris que dão conta de um aparente recuo do primeiro-ministro Villepin sobre a aplicação do CPE (contrato de primeiro emprego), consequência mais que provável das manifestações de estudantes e sindicatos um pouco por toda a França. Independentemente dos fenómenos de violência associados às manifestações (lamentáveis mas quase inevitáveis) a juventude francesa está a dar à Europa e ao Mundo uma importante lição de vontade e organização.
Porque muito do que se passa no Mundo resulta da forma como cada um de nós “cresceu” e ajuda a “crescer” os outros é que a cultura (o que fica depois de esquecermos tudo o que aprendemos) continua a ser a pedra essencial para o futuro da Humanidade e se quisermos contribuir para o seu crescimento há que multiplicar locais como o «CAFÉ PIOLHO» e manifestações de vontade e querer como as ocorridas em França.
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