quarta-feira, 22 de março de 2006

A REPÚBLICA NA TERRA DAS BANANAS

Que na democracia portuguesa continuam a pulular figuras que em outras partes do mundo já se encontrariam atrás das grades de uma prisão, não é, infelizmente notícia para ninguém.

Que entre os autarcas que governam a vida política e económica das localidades onde vivemos abundam figuras de muito duvidosa reputação, não é, infelizmente novidade para ninguém.

Que há demasiados anos, na Madeira, o poder regional é ocupado por uma figura que oscila entre o ridículo de um “clown” de Carnaval e um candidato a ditador de uma qualquer república das bananas, é uma verdade cada vez mais gritante!

Depois de anos a insultar os seus opositores, os seus correligionários de partido, a realizar mais assombrosas piruetas políticas (como foi o caso da que efectuou com Cavaco Silva a quem há cerca de um ano apostrofou de Senhor Silva, de forma manifestamente desprezível, por ele ter tecido algumas críticas aos governo de Santana Lopes, mas que há uns meses passeou pelo seu território durante a campanha presidencial), ei-lo que vem agora, por interposta figura, propor o fim da sessão comemorativa do 25 de Abril.

Quem acompanhou ao longo dos anos o percurso político (o mais correcto seria falar do percurso oportunista) de Alberto João Jardim não estranha que este tenha escolhido precisamente este momento para lançar mais um desafio à República Portuguesa. Crendo-se de “costas quentes” com Cavaco em Belém, eis que Alberto João redescobre a sua costela mais primária e revanchista – para este ano elimina-se a sessão comemorativa, para o ano talvez o feriado na região e no seguinte o dia no calendário.

Como se não bastasse o despropósito (quase me apetecia escrever a estupidez) da iniciativa, ainda a faz apresentar pelo mais inqualificável dos seus sequazes – o inefável Jaime Ramos – que se não vir a proposta do “chefe” aprovada por unanimidade talvez proponha que todos os parlamentares da oposição (e se não tiverem e cuidado e não andarem na linha, até alguns do seu próprio partido) sejam submetidos a exames médicos a fim de apurar da respectiva sanidade mental.

Este tipo de atitudes de Alberto João & Cª não me espantam por aí além, o que francamente me espanta é que até esta data os poderes estabelecidos da República ainda não tenham posto cobro, de forma definitiva, à existência política desta pandilha de energúmenos.

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