Depois
da relativa surpresa que foi o afastamento de Frans
Timmermans como principal favorito na corrida à presidência da Comissão
Europeia e a escolha da Ministra
alemã da defesa, Ursula von der Leyen, pelo Conselho Europeu para ocupar a aquela
presidência e da sua aprovação no Parlamento Europeu pela
margem mais estreita em 25 anos, ficou evidente a grande divisão (mais uma)
no seio da UE.
Depois
do Grupo de Visegrado (aliança dita para fins de cooperação entre
a Hungria, a Polónia, a República Checa e a Eslováquia, mas que se está a notabilizar
principalmente como grupo de boicote)
ter recusado liminarmente a candidatura do socialista holandês Frans
Timmermans, a quem atribuem a responsabilidade pela proposta de sanções a
alguns dos seus membros acusados de violação dos princípios do Estado de
direito, o consenso alcançado determinou a exclusão de todos os favoritos em
benefício de um outsider, que o Parlamento
Europeu terá sancionado para evitar uma crise política.
A nova presidente da Comissão irá iniciar funções e o
seu primeiro teste poderá bem ser a questão da violação do Estado de direito entre
os Estados membros (o tal tema quente que levou o primeiro-ministro húngaro, Viktor
Orbán, a avisar o PPE que a escolha de Timmermans seria um "erro
histórico"), tema no qual são cada vez mais evidentes as dificuldades
da UE em dar lições de democracia aos seus Estados membros.