sábado, 11 de março de 2006

A ESPANHA E O 11 DE MARÇO

Recordar datas de eventos trágicos assume quase sempre a forma de panegírico das vítimas e de vilipendiação dos responsáveis.

Porém, mais do que em qualquer outro, no caso do atentado ocorrido há dois anos em Madrid, outras abordagens são indispensáveis. A precipitação e a cegueira de querer tirar dividendos políticos do atentado precipitaram o governo de Aznar a apontar a autoria à ETA (movimento separatista basco) recusando todas as evidências que apontavam em direcção diversa.

É óbvio que para as vítimas e familiares a autoria é irrelevante, mas para o colectivo que é a população espanhola e em especial para os partidários das várias tendências autonómicas é fundamental que a autoria seja cabalmente explicada.

A sucessão de eventos que o atentado originou, desde a derrota do PP nas eleições legislativas, à retirada das tropas espanholas do Iraque decidida pelo novo governo do PSOE, aos debates das questões autonómicas e a um possível entendimento com a ETA, ainda hoje se fazem sentir e espera-se que o façam em sentido positivo…

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