A TSF noticiou esta manhã que a administração americana de George W Bush e o governo israelita de Ehud Olmert estarão a concertar uma estratégia para abordar a questão palestiniana.
Informações apontam para que a estratégia de boicote financeiro à Autoridade Palestiniana, que a comunidade de doadores continua a ameaçar aplicar caso o Hamas persista no não reconhecimento do estado de Israel e não abandone a opção da luta armada, seja combinada com a retenção pelos israelitas dos fundos resultantes de tarifas e impostos por estes cobrados e devidos aos palestinianos. Por esta via procurar-se-á provocar o caos financeiro e social nos territórios palestinianos, situação com que Mahmud Abbas, presidente da AP, deverá fundamentar a decisão de dissolução da assembleia eleita no mês passado.
Embora a situação de total isolamento do Hamas, movimento guerrilheiro que se apresentou nas últimas eleições legislativas palestinianas e conquistou a maioria absoluta dos lugares em disputa, possa estar a registar alguma alteração (vamos aguardar para ver como decorre o encontro, já aceite pelos líderes daquele movimento, para que foram convidados pelo presidente russo, Putin), a sua posição parece muito difícil de sustentar uma vez que os países árabes não deverão conseguir, nem estarão muito interessados em assegurar os financiamentos em vias de suspensão.
Do próprio campo palestiniano surge informação que parece confirmar o pressuposto apresentado. A assembleia cessante, dominada pela Fatah, procedeu na sua última sessão à autorização para o presidente Abbas nomear um novo Conselho Constitucional, órgão que terá a última palavra em caso de divergência entre o presidente da AP e o governo que o Hamas virá a constituir, bem como o direito de veto sobre legislação anticonstitucional.
A concretizar-se esta estratégia, e tudo indica que é o que irá acontecer, esperam americanos e judeus que no novo acto eleitoral os palestinianos venham a preterir o Hamas em benefício da Fatah (partido que desde o início tem dirigido a AP e sobre o qual pendem fortes acusações de nepotismo e corrupção) que estes julgam mais “maleável” num processo negocial do qual esperam obter ainda maiores benefícios para Israel.
E se nas próximas eleições os palestinianos (povo reconhecidamente estúpido e teimoso) vierem a repetir a maioria do Hamas?
Será que Bush e os seus pares vão decretar a mudança do povo palestiniano? Ou simplesmente, declará-lo incapaz para saber em quem deve votar?
Se ao menos os territórios palestinianos não estivessem tão próximos de Israel, o governo deste ainda poderia contemplar o recurso ao seu arsenal nuclear para, de forma definitiva e rápida, resolver este problema. Na impossibilidade restará o uso de medidas suaves, mas que eficientemente conduzam à eliminação (a idênticas práticas perpetradas em meados do século passado chamaram extermínio) pela fome daquele povo incómodo.
(*) EM DEFESA DOS SEUS INTERESES (lat)
Sem comentários:
Enviar um comentário