Quem hoje tenha lido ou ouvido a notícia sobre o acordo firmado entre russos e iranianos para a constituição de uma sociedade de mista destinada ao enriquecimento do urânio de que o Irão necessita para o funcionamento da suas centrais nucleares, poderá pensar que estão ultrapassadas as razões que têm conduzido ao agravamento das relações entre os países ocidentais, com os EUA à cabeça, e aquele país do Médio-Oriente.
Puro engano. Não só o Irão não irá abandonar as possibilidades de pesquisa e exploração na área nuclear, como nada fará inverter a política americana de provocação e criação de “factos políticos” tendo em vista a desestabilização do Irão e do conjunto do Médio-Oriente.
Nos tempos actuais ao governo americano já pouco importará que ninguém, de bom senso, lhe reconheça qualquer credibilidade para formular acusações sobre programas de armamento (nuclear ou químico) implementados por outros estados. Tivemos o recente exemplo das acusações contra o Iraque que redundaram numa guerra e na ocupação de um país, sem que até hoje as acusações tivessem sido corroboradas ou que os agressores tenham, por acção da comunidade internacional, retirado e procedido ao pagamento das respectivas indemnizações de guerra.
No actual estádio de desenvolvimento do modelo imperial americano (há semelhança do que tem acontecido com todos os modelos idênticos) a guerra passou a ser um “modo de vida” e uma razão indispensável para a manutenção de importantes sectores da indústria e da investigação (da sua economia doméstica de um modo geral), pelo que nos tempos próximos continuaremos a assistir ao lançamento de campanhas militares uma após a outra, até que o mundo entenda que a sua origem está precisamente naqueles que dizem actuar em defesa de terceiros.
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