Um dos factos mais relevantes do dia talvez tenha sido o discurso sobre o estado da União que o presidente George W Bush proferiu esta madrugada em Washington.
Não pelas novidades nele contidas mas porque na reafirmação das desgastadas teses sobre o terrorismo e o império do Mal, ficou demonstrado que a administração norte americana continua a revelar o grau de autismo a que já habituou o mundo inteiro.
Não caberá aqui analisar o discurso na íntegra, nem medir o alcance de propostas como a apresentada para a redução da dependência norte americana do petróleo oriundo do médio oriente, quando se sabe que os principais apoiantes desta administração se encontram no sector petrolífero norte-americano.
Sobre as importantes questões mundiais centradas no médio oriente – a intenção iraniana de relançamento do seu programa nuclear, a vitória do Hamas (movimento fundamentalista islâmico, defensor da manutenção da luta armada contra Israel e fortemente apoiado pelo Irão) nas recentes eleições legislativas na Palestina – o presidente da União deixou clara a intenção de reforçar o seu apoio (diplomático e militar) a Israel. Este facto e a crescente mobilização das forças da direita israelita (congregadas no Likud) indiciam que será de esperar um agravamento da tenção na região enquanto não for resolvida a questão da formação do próximo governo palestiniano - matéria em que o presidente da Autoridade Palestiniana (Mahmoud Abbas, da Fatah) parece também alinhar pelas teses ocidentais que pretendem assegurar que o Hamas reconheça o estado de Israel e abdique das acções armadas – e não se conhecerem os resultados das eleições a realizar em Março em Israel.
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