quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

APITO DOURADO – VALENTIM LOUREIRO! CLARO...

Pouco a pouco a informação sobre o processo APITO DOURADO vai começando a circular. Após uma primeira abordagem aqui, informação actual incita-me a voltar ao tema.

Segredo de justiça à parte, vários órgãos de comunicação nacional confirmam hoje a situação de arguido de Valentim Loureiro e a natureza das acusações. O nortenho JORNAL DE NOTÍCIAS informa que o presidente da Câmara de Gondomar é acusado de 26 crimes de corrupção activa, sob a forma de cumplicidade e 2 crimes de prevaricação.

Como proeminente figura pública que se julga Valentim Loureiro teve hoje tempo de antena na televisão nacional para vir afirmar a sua inocência (quem poderia pensar o contrário de tão impoluta personalidade?) e apelar ao Presidente da República (não especificou se o que está de saída que o que ainda não entrou…) para pôr cobro a mais esta manifesta ilegalidade (a violação do segredo de justiça) perpetrada pelos magistrados.

No conjunto todos os jornais são unânimes a informar que o Ministério Público considera Valentim Loureiro no centro da acusação do processo e como principal instigador, julgando haver provas suficientes contra mais 26 acusados de envolvimento num esquema de corrupção desportiva em pelo menos 29 jogos da II Divisão B. Entre os restantes acusados conta-se José Luís Oliveira, presidente do Gondomar SC e vice-presidente da Câmara de Gondomar, Castro Neves, vereador da mesma câmara, Pinto de Sousa, ex-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, Francisco Tavares, ex-vogal do Conselho de Arbitragem da FPF, dois outros antigos membros de conselhos de arbitragem, 9 árbitros, das associações de Leiria, Lisboa, Porto e Braga e dois observadores.

Na sequência da decisão do Procurador do Ministério Público que optou por não proceder à elaboração de um único processo, mas sim pela distribuindo da informação colhida por um conjunto de outras comarcas, facto que para além de originar a dispersão de provas, implicará a necessidade de novos e demorados processos instrutórios, resta-nos esperar que tudo e todos acabem por vir à barra da justiça. Para já está demonstrado aquilo que para muita gente era, há anos, uma certeza – existe corrupção nos meandros do futebol português.

Como se este facto não fosse suficientemente grave, ele envolve personalidades da vida política e partidária nacional e se agora apenas foram encontradas provas relativas às divisões menores do futebol, é de esperar que continuando as investigações elas acabem por envolver também clubes da divisão principal.

Sabendo-se que a “influência” de personalidades como Valentim Loureiro já determinou a inclusão no processo de referências a chefes de governo, no caso concreto Durão Barroso, exige-se que este caso, e os que falta investigar, revelem ao país não apenas as reconhecidas ligações, muito pouco abonatórias, entre políticos e os interesses do futebol, mas que também sirva para de uma vez por todas deixarmos de assistir às figuras ridículas que políticos e governantes costumam fazer sempre que rodeiam “os figurões” que têm dirigido aquela actividade.

Aos políticos (e muito em especial àqueles que são eleitos para o exercício de funções governativas, nacionais ou locais) exige-se dignidade e capacidade para um exercício isento dos cargos. Como costuma dizer a voz popular: «DIZ-ME COM QUEM ANDAS E DIR-TE-EI QUEM ÉS»

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