Para não confundirmos dois princípios bem distintos mas que os tempos que correm têm contribuído para adulterar aqui deixo três imagens que me parecem bem elucidativas da diferença entre a observação crítica e mordaz e a mera provocação gratuita.
A primeira é uma das que integrou a colecção impressa pelo JyllandsPosten, em resultado do desafio colocado aos caricaturistas e desenhadores para que produzissem trabalhos sobre a figura do Maomé, da autoria de Kurt Westergaard
Aparte o simbolismo que associa bombas(istas) a muçulmanos nada nela implica que o retratado seja o próprio Maomé. Esta leitura é fruto do contexto da publicação que não do desenho propriamente dito.
A segunda, da autoria de Ruben foi publicada no jornal holandês NRC Handelsblad, surge na sequência da polémica e reflecte precisamente o facto de não se tratar de Maomé (DIT IST NIET MOHAMMED – ISTO NÃO É MAOMÉ)
A última, não é uma caricatura mas sim uma das obras actualmente em exposição na 25ª edição da ARCO (Feira Internacional de Arte), em Madrid. É da autoria do espanhol Oscar Seco, que a explica como uma metáfora do poder como instrumento do bem ou do mal e recusa a sua integração na polémica agora em curso.
Aqui ficam estas imagens na tentativa de demonstrar que também a arte deve ter um importante papel na interpretação do real e na capacidade para nos fazer pensar sobre ele.
É ISTO QUE TEMOS QUE DEFENDER E EXPLICAR A QUEM NÃO O ENTENDA!
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