sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

FUNDAMENTALISMO E LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Para não confundirmos dois princípios bem distintos mas que os tempos que correm têm contribuído para adulterar aqui deixo três imagens que me parecem bem elucidativas da diferença entre a observação crítica e mordaz e a mera provocação gratuita.

A primeira é uma das que integrou a colecção impressa pelo JyllandsPosten, em resultado do desafio colocado aos caricaturistas e desenhadores para que produzissem trabalhos sobre a figura do Maomé, da autoria de Kurt Westergaard

Aparte o simbolismo que associa bombas(istas) a muçulmanos nada nela implica que o retratado seja o próprio Maomé. Esta leitura é fruto do contexto da publicação que não do desenho propriamente dito.

A segunda, da autoria de Ruben foi publicada no jornal holandês NRC Handelsblad, surge na sequência da polémica e reflecte precisamente o facto de não se tratar de Maomé (DIT IST NIET MOHAMMED – ISTO NÃO É MAOMÉ)

A última, não é uma caricatura mas sim uma das obras actualmente em exposição na 25ª edição da ARCO (Feira Internacional de Arte), em Madrid. É da autoria do espanhol Oscar Seco, que a explica como uma metáfora do poder como instrumento do bem ou do mal e recusa a sua integração na polémica agora em curso.

Aqui ficam estas imagens na tentativa de demonstrar que também a arte deve ter um importante papel na interpretação do real e na capacidade para nos fazer pensar sobre ele.

É ISTO QUE TEMOS QUE DEFENDER E EXPLICAR A QUEM NÃO O ENTENDA!

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