quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

O DEPUTADO VOADOR

Li hoje no JORNAL DE NOTÍCIAS e no DIÁRIO DIGITAL uma notícia que vem confirmar o clima generalizado de corrupção e nepotismo que grassa no nosso país.

Que outra coisa se pode concluir de uma notícia onde é reportado o facto de um deputado da nação (Ricardo Almeida) apresentar um elevado número de infracções por excesso de velocidade. Numa delas o “deputado voador”, forma carinhosa como é conhecido nos círculos policiais, foi apanhado a circular a mais de 200 km/hm, mas até hoje não conta com uma única condenação no seu imaculado currículo.

De forma aparentemente inexplicável o referido deputado, eleito na lista do PSD pelo círculo eleitoral do Porto, tem visto a maioria das transgressões arquivadas, ou seja têm sido remetidas à DGV decorrido um ano, ou mais, após a ocorrência.

O mais interessante é que estas transgressões ocorreram nos mais diversos locais do país, facto que indicia a existência de uma rede organizada de “perdoadores de multas”.

Parece, contudo, que a sorte deste nosso representante (na qualidade de deputado, não na de “acelera”) poderá estar em vias de mudar uma vez que o governo já decidiu substituir os polícias que exercem funções administrativas por funcionários civis, seguramente muito melhor preparados e mais expeditos a remeter os autos das transgressões à DGV.

Esperemos que a bancada partidária do “deputado voador” não faça daquela medida governativa um “cavalo de batalha” por considerar que esta traduza uma manifesta “cabala” contra o seu pobre correligionário, além de uma medida discriminatória, até porque as infracções detectadas apenas revelam o elevado espírito de empenho e sacrifício do citado deputado para comparecer a tempo e horas às inúmeras sessões parlamentares e outras obrigações do cargo, a que o voto popular o obriga. NÃO É?

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