domingo, 26 de fevereiro de 2006

AS CONTRADIÇÕES AMERICANAS E O HAMAS

Na passada semana a secretária de Estado americano, Condollezza Rice, levou a efeito um périplo por alguns países árabes tendo em vista assegurar destes uma política de isolamento ao Hamas.

Após visitas relâmpago a alguns estados do Médio-Oriente, que de acordo com diferentes fontes de informação se saldou pelo insucesso, eis que hoje o jornal norte-americano WASHINGTON POST publica uma entrevista com Ismail Haniyeh, o membro do Hamas indigitado por Mahmud Abbas (o presidente da Autoridade Palestiniana) para formar o próximo governo dos territórios palestinianos.

Nesta entrevista, Haniyeh, expõe as posições do futuro governo palestiniano quanto a matérias particularmente sensíveis para a administração americana como seja a questão do reconhecimento do estado de Israel, algo a que o Hamas se tem recusado. Segundo aquele dirigente manter-se-á em aberto a questão enquanto Israel não regressar às fronteiras definidas em 1967 (o que implica o abandono dos territórios ocupados bem como de Jerusalém leste), não libertar o prisioneiros palestinianos e não autorizar o livre regresso dos exilados.

Sem nunca fechar as portas ao fim da guerrilha nem ao reconhecimento de Israel, o Hamas mantém firme o princípio de que a responsabilidade e os primeiros passos no sentido da paz serão responsabilidade de Israel, fortemente questionada por actuações como a da construção do muro de protecção iniciado por Ariel Sharom.

Ontem mesmo, David Welch, secretário de Estado adjunto da administração americana, manteve um encontro em Ramallah com Mahmud Abbas, durante o qual terá manifestado o apoio da sua administração ao povo palestiniano e assegurado a manutenção da ajuda humanitária aos palestinianos. Na véspera, o presidente americano, George W Bush, voltara a ameaçar a suspensão da assistência se o Hamas não renunciasse às suas posições radicais.

Neste “jogo de palavras” as partes persistem em medir forças, enquanto os palestinianos continuam sujeitos às arbitrariedades israelitas e, pior que tudo, às degradantes condições de vida que têm conhecido nos últimos 50 anos.

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