terça-feira, 8 de novembro de 2005

O PREÇO DOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS

Em resultado de um Encontro Ibérico de Medicamentos Genéricos ficámos todos a saber que no nosso país aquele tipo de medicamentos custam qualquer coisa entre o dobro e o quádruplo que na vizinha Espanha.

Segundo a Agência Financeira, que cita Jorge Ruas da Silva, o presidente da Associação Portuguesa de Genéricos (APOGEN), «… a aposta no crescimento do mercado dos genéricos permitiu melhorar a acessibilidade para os utentes e reduziu o custo com os medicamentos, além de obrigar ao abaixamento de preços de muitos medicamentos».

É bom que todos tenhamos consciência do cuidado com que os nossos governantes cuidam da nossa saúde, porque se assim não fosse este absurdo diferencial de preço ainda seria maior.

Mas, mais curioso ainda é que, segundo o Diário de Notícias, o principal responsável pelo INFARMED (entidade que regula o mercado dos medicamentos em Portugal) «… reconheceu que o elevado custo dos genéricos no País é uma das "imperfeições" deste mercado e considerou "inevitável" a redução dos preços».

Parece é que só o fez quando se tornou pública mais uma disparidade (das muitas) entre o nosso país e os parceiros comunitários.

E já agora atente-se que esta disparidade atinge proporções ainda mais alarmantes se tomarmos em conta o facto do salário médio nacional equivaler a cerca de metade do espanhol. Comparada nesta perspectiva, a diferença de preço dos medicamentos genéricos entre os dois países ibéricos ainda se agrava mais – os mais baratos dos genéricos à venda em Portugal custam quatro vezes mais tempo de trabalho (duas vezes pela diferença de preços e outras duas pela diferença de salários) que a um trabalhador do país vizinho.

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