Notícias recentíssimas, difundidas pela BBC News (cadeia inglesa de informação) e pela insuspeita Aljazeera (cadeia árabe de informação), confirmam a existência de armas químicas no Iraque.
Em várias ocasiões tenho aqui criticado a administração americana pelo facto de ter concretizado a invasão de um estado soberano, contra a opinião generalizadamente contrária, fundamentando-a sob o falso argumento de que este disporia de armas químicas.
Terei errado sempre que o fiz?
De modo algum, porque as armas químicas a que aqueles dois órgãos de informação se referem não são as atribuídas a Saddam Hussein, mas sim as mencionadas num documentário recentemente difundido pela RAI. Esta estação de televisão italiana cita um ex-soldado americano que afirma ter escutado ordens via rádio para o uso de bombas de fósforo branco durante o ataque a Falluja, ocorrido em Novembro de 2004.
O mesmo soldado refere os resultados que pôde presenciar no terreno (corpos queimados de homens, mulheres e crianças) depois de ter entrado no perímetro da cidade bombardeada.
O documentário da RAI refere que as autoridades norte-americanas tentaram sistematicamente destruir as provas filmadas da alegada utilização de bombas de fósforo branco sobre as populações em Falluja.
Na linha de declarações habituais neste tipo de situações, porta-vozes norte americanos contradizem-se quando negam a utilização de bombas de fósforo embora admitam que as utilizaram no Iraque para iluminar campos de batalha em operações nocturnas e simultaneamente recordam que Washington não reconheceu o tratado internacional que proíbe o uso de tal tipo de armamento.
Para todos termos uma correcta ideia da hipocrisia que grassa entre a administração norte-americana recordo que a carga daquele tipo de dispositivo, desenvolvido para a iluminação de campos de batalha, é constituída por um produto químico (fósforo branco) cujas partículas em contacto com a pele provocam queimaduras mortais.
Infelizmente notícias com revelações escandalosas como esta irão continuar a surgir, originadas no Iraque ou noutro ponto do planeta, enquanto existir quem pense que detém um poder discricionário sobre tudo e todos…
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