terça-feira, 17 de janeiro de 2006

PRESIDENCIAIS III

Continuando na senda dos dias anteriores é chegado o momento de falar sobre o terceiro dos candidatos com possibilidades de ser eleito.

Após a formalização do apoio do PS à candidatura de Mário Soares, Manuel Alegre decidiu avançar com a sua própria candidatura em Setembro de 2005.

Sem apoios partidários declarados, a candidatura de Manuel Alegre estará a apresentar uma inegável atracção para muitos eleitores que não se revêem em qualquer das actuais estruturas partidárias. Do mesmo modo o percurso literário e político do candidato poderá estar na base dos apoios que tem vindo a receber, muito em particular da área artística e científica.

Parlamentar e militante do PS desde longa data, a Manuel Alegre se devem algumas das melhores intervenções políticas nos congressos socialistas, marcando sempre presença pelas suas convicções e assumindo muitas vezes o papel de memória e consciência política e social do grupo.

Não sendo um tribuno, no sentido político do termo, Manuel Alegre apresenta a vantagem de um perfil humanista e moderado, que poderá constituir um eficiente contraponto ao perfil tecnocrático e autocrático de Cavaco Silva e ao perfil de político tribunício de Mário Soares.

Dos debates televisivos realizados ficou a ideia de um Manuel Alegre voluntarioso mas por vezes pouco consistente, como sucedeu com Cavaco Silva, possuidor de convicções arreigadas mas, por vezes, de difícil explicação, no frente-a-frente com Mário Soares. Lançou na campanha o seu conceito de magistratura de exigência e defende que o PR tem que funcionar como provedor da democracia.

Pela sua natureza de intelectual e humanista, Manuel Alegre apresenta-se mais como o candidato do coração que o da razão, mas quantas vezes não nos deixámos nós conduzir, e bem, pelo coração?

1 comentário:

Carlos Gil disse...

"... mas quantas vezes não nos deixamos nós conduzir, e bem, pelo coração?"
disse. melhor, só um Zandinga.