Entrámos na recta final da maratona presidencial. Embora oficialmente a campanha eleitoral dure apenas duas semanas, desde o final do Verão passado que alguns candidatos iniciaram o processo e um há que, por interpostas figuras, iniciou a campanha há muito mais tempo.
A diversidade de estratégias para a abordagem deste ponto da vida política nacional não lhe retira nem importância nem valor, antes poderia contribuir para um debate sobre o futuro que pretendemos para o país.
Ora, é precisamente na questão do debate, melhor na sua ausência, que começam os nossos problemas. Os problemas para os eleitores que deverão proceder à escolha (ao fim e ao cabo votar é isso mesmo) e para os candidatos e os seus directórios políticos que têm de alguma preencher esse mesmo vazio com um discurso adequado e eficaz.
No caso dos primeiros é bem sabido que muitos ainda continuam a optar pela solução mais simples votando no candidato da “cor” da sua filiação ou preferência, outros guiar-se-ão pelas sondagens ou pela “imagem” que a comunicação social (leia-se televisão) lhes der e lhes pareça mais agradável; o terceiro e último grupo é constituído por aqueles que procurarão colher informação, avaliar opções, pesar “prós e contras” decidindo-se pelo candidato que julguem mais adequado à função.
Na ausência de um efectivo debate entre o pensamento e as estratégias de cada candidato, quando quase todos (pelo menos aqueles que apresentam reais hipóteses de eleição ou passagem a uma segunda volta, porque há que reconhecer aos “pequenos candidatos” o mérito de se fazerem ouvir sobre questões mais concretas mesmo que de forma polémica) persistem em discursos mais ou menos vagos e de apresentação de ideias gerais que todos subscreveremos, resta-nos recorrer à memória e relembrar opções que cada um tomou em situações anteriores.
1 – Em termos concretos Cavaco Silva tem passado todo o tempo a falar da sua intenção de vir a ser um elemento de mobilização para vencer a crise económica, mas simultaneamente diz que será um factor de estabilidade política.
Para quem defende, como parece ser o caso dele (mas é seguramente o da globalidade da sua comitiva), que a actual crise económica resulta das más opções do governo socialista de António Guterres (que recorde-se sucedeu aos governos do próprio Cavaco quando este resolveu abandonar a função), continua por explicar como irá agora cooperar com um governo do partido que responsabiliza pela situação? Como será possível assegurar a tal estabilidade num clima de confronto?
2 – Cavaco Silva vai dizendo que pretende manter um contacto com os portugueses e ouvir as suas vozes, nunca explicando como o pensa fazer.
Será que pretende criar um endereço na Internet para comunicação directa? Qualquer coisa do tipo DIGOANIBAL.COM? Ou um mais institucional DIGAAOPRESIDENTE.COM?
3 – Cavaco Silva também se tem referido à necessidade de criar um clima de confiança, de reforçar a consciência cívica dos cidadãos e de melhorar a qualidade da nossa democracia e a credibilidade e o prestígio das suas instituições fundamentais.
Porém, aquilo que conhecemos do perfil e da actuação do candidato sugere grandes dúvidas. Não é Cavaco Silva aquela figura que nunca se engana e raramente tem dúvidas?
Quem, com este tipo de perfil autocrático e arrogante pode alguma vez contribuir para reforçar a consciência cívica dos portugueses?
Será com atitudes autocráticas, do tipo “posso, quero e mando”, que veremos melhorada a qualidade da nossa democracia e aumentada a credibilidade e o prestígio das instituições democráticas?
Será com um presidente proto-autoritário que todos passaremos a ver desfilar no panorama político nacional e local as figuras mais empenhadas na resolução dos problemas do país, ou pelo contrário vamos continuar a ver alcandoradas nos degraus do poder o pior que o regime democrático pode produzir – a mesma cáfila de oportunistas e pseudo-técnicos com que os governos de Cavaco Silva enxamearam primeiro os ministérios e depois as principais empresas deste país?
Porque pertenço ao grupo dos eleitores que pensam antes de votar e porque ainda consigo conservar memória do passado recente de Cavaco Silva (e que não conseguisse a Internet abunda de registos e informação da época) digo hoje como disse há meses aqui - NÃO SEI POR ONDE VOU, MAS COM ESTA COMPANHIA NÃO VOU POR AÍ…
A diversidade de estratégias para a abordagem deste ponto da vida política nacional não lhe retira nem importância nem valor, antes poderia contribuir para um debate sobre o futuro que pretendemos para o país.
Ora, é precisamente na questão do debate, melhor na sua ausência, que começam os nossos problemas. Os problemas para os eleitores que deverão proceder à escolha (ao fim e ao cabo votar é isso mesmo) e para os candidatos e os seus directórios políticos que têm de alguma preencher esse mesmo vazio com um discurso adequado e eficaz.
No caso dos primeiros é bem sabido que muitos ainda continuam a optar pela solução mais simples votando no candidato da “cor” da sua filiação ou preferência, outros guiar-se-ão pelas sondagens ou pela “imagem” que a comunicação social (leia-se televisão) lhes der e lhes pareça mais agradável; o terceiro e último grupo é constituído por aqueles que procurarão colher informação, avaliar opções, pesar “prós e contras” decidindo-se pelo candidato que julguem mais adequado à função.
Na ausência de um efectivo debate entre o pensamento e as estratégias de cada candidato, quando quase todos (pelo menos aqueles que apresentam reais hipóteses de eleição ou passagem a uma segunda volta, porque há que reconhecer aos “pequenos candidatos” o mérito de se fazerem ouvir sobre questões mais concretas mesmo que de forma polémica) persistem em discursos mais ou menos vagos e de apresentação de ideias gerais que todos subscreveremos, resta-nos recorrer à memória e relembrar opções que cada um tomou em situações anteriores.
1 – Em termos concretos Cavaco Silva tem passado todo o tempo a falar da sua intenção de vir a ser um elemento de mobilização para vencer a crise económica, mas simultaneamente diz que será um factor de estabilidade política.
Para quem defende, como parece ser o caso dele (mas é seguramente o da globalidade da sua comitiva), que a actual crise económica resulta das más opções do governo socialista de António Guterres (que recorde-se sucedeu aos governos do próprio Cavaco quando este resolveu abandonar a função), continua por explicar como irá agora cooperar com um governo do partido que responsabiliza pela situação? Como será possível assegurar a tal estabilidade num clima de confronto?
2 – Cavaco Silva vai dizendo que pretende manter um contacto com os portugueses e ouvir as suas vozes, nunca explicando como o pensa fazer.
Será que pretende criar um endereço na Internet para comunicação directa? Qualquer coisa do tipo DIGOANIBAL.COM? Ou um mais institucional DIGAAOPRESIDENTE.COM?
3 – Cavaco Silva também se tem referido à necessidade de criar um clima de confiança, de reforçar a consciência cívica dos cidadãos e de melhorar a qualidade da nossa democracia e a credibilidade e o prestígio das suas instituições fundamentais.
Porém, aquilo que conhecemos do perfil e da actuação do candidato sugere grandes dúvidas. Não é Cavaco Silva aquela figura que nunca se engana e raramente tem dúvidas?
Quem, com este tipo de perfil autocrático e arrogante pode alguma vez contribuir para reforçar a consciência cívica dos portugueses?
Será com atitudes autocráticas, do tipo “posso, quero e mando”, que veremos melhorada a qualidade da nossa democracia e aumentada a credibilidade e o prestígio das instituições democráticas?
Será com um presidente proto-autoritário que todos passaremos a ver desfilar no panorama político nacional e local as figuras mais empenhadas na resolução dos problemas do país, ou pelo contrário vamos continuar a ver alcandoradas nos degraus do poder o pior que o regime democrático pode produzir – a mesma cáfila de oportunistas e pseudo-técnicos com que os governos de Cavaco Silva enxamearam primeiro os ministérios e depois as principais empresas deste país?
Porque pertenço ao grupo dos eleitores que pensam antes de votar e porque ainda consigo conservar memória do passado recente de Cavaco Silva (e que não conseguisse a Internet abunda de registos e informação da época) digo hoje como disse há meses aqui - NÃO SEI POR ONDE VOU, MAS COM ESTA COMPANHIA NÃO VOU POR AÍ…
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