domingo, 1 de janeiro de 2006

O ANO COMEÇA BEM…

Não tinha sido difícil fazer previsões certeiras para o ano que hoje se iniciou.

Após o anúncio do novo valor do salário mínimo nacional (385,9 euros, correspondendo a um aumento de 3%) e do aumento proposto para a função pública de 1,5%, que ocorreram ainda em 2005, eis que hoje surgem as notícias sobre os novos preços de bens e serviços para o novo ano.
As tarifas da electricidade doméstica sobem 1,2%, enquanto a tarifa para a indústria atinge os 14,9%. Nos transportes públicos os aumentos serão em média de 2,3%, enquanto que nas portagens das auto-estradas a subida média será de 2,8%.

A estes haverá a somar o dos combustíveis, desdobrado na subida 2,5 cêntimos por litro e de 2,3% do ISP, o do imposto automóvel (2,3%), o dos arrendamentos urbanos e o do tabaco.
Os valores referidos da ordem dos 2,3% enquadram-se nas perspectivas oficiais da subida da inflação para 2006, restando apurar a qualidade dessa estimativa face a variações de preços superiores (como é o caso das já anunciadas para a energia industrial e as portagens e do previsto aumento do pão) que não deixarão de ter fortes efeitos sobre o valor final da inflação.
Ou seja, os previstos aumentos de rendimentos (salários e pensões) deverão voltar a revelar-se insuficientes para a reposição do poder de compra real, fenómeno agravado pelo facto recorrente dos salários estarem a crescer há vários anos a taxa inferior à da inflação registada, facto que vai originar uma ainda maior divergência face aos salários médios europeus, quando o que seria exigível era uma progressiva convergência para esses valores.

Como diz o povo “Ainda agora a procissão vai no adro…”

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