quarta-feira, 5 de outubro de 2005

PENSAR O 5 DE OUTUBRO

Comemora-se hoje a implantação da República.

No ainda muito próximo ano de 1910, um grupo de opositores ao regime monárquico, que incluía republicanos e carbonários (membros de uma associação secreta, paralela à Maçonaria, essencialmente política, adversa do clericalismo e das congregações religiosas que tinha por objectivo a libertação dos povos), organizaram uma sublevação armada que teve início no dia 4 de Outubro.


Vicissitudes várias levaram a que um reduzido grupo de menos de meio milhar de homens, entrincheirados na Rotunda (actual Marquês de Pombal, em Lisboa), tenham logrado fazer frente às forças monárquicas comandadas por Paiva Couceiro.


O desenrolar da história, que culminou com a proclamação da República da varanda do edifício da Câmara Municipal por José Relvas, é de todos conhecido…

Importa hoje, mais que recordar a data e aqueles a ela associados, lembrar que a queda da monarquia aconteceu tão facilmente devido à profunda crise que vinha vivendo (o mesmo voltaria a repetir-se em 1974) e ao clima de profunda suspeição que rodeava as figuras proeminentes do regime.

Em menos de um século que tem o regime republicano no nosso país, já conhecemos três períodos distintos (I República, Estado Novo e II República), sempre originados em movimentos militares (5 de Outubro de 1910, 28 de Maio de 1926 e 25 de Abril de 1974) e sempre anunciados com o objectivo de combate às desigualdades.

Será a nossa proverbial incapacidade organizativa realmente uma fatalidade?

Ou será a que a cada movimento bem sucedido, mais ou menos bem intencionado, sempre se têm sobreposto os que pouco ou nada contribuíram para o seu sucesso?

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