sábado, 1 de outubro de 2005

A MADEIRA NÃO É DO JARDIM?


A notícia do PUBLICO que traz á luz do dia as “estratégias” políticas do presidente do Governo Regional só espantarão aqueles que ao longo das últimas décadas têm vindo a fingir nada ver e saber.

Desde a ascensão ao poder em 1998 de Alberto João Jardim, que a outra coisa não tem sido feita na Região da Madeira para além de uma primária manipulação da realidade local e nacional. Contando com importações ligações (quer no poder religioso quer entre o grupo de “famílias” influentes no arquipélago) tem manipulado e condicionado o desenvolvimento económico e social da região.

A forma como aquele espaço do território nacional tem sido gerida não parece deixar quaisquer dúvidas quanto à incompetência dos respectivos gestores (e como Alberto João Jardim sempre tem assumido o papel de dono e senhor de tudo, é também a ele que terão de ser assacadas as respectivas responsabilidades) e ainda menos quanto à complacência, para não lhe chamar compadrio, com os poderes centrais têm permitido o acumular da dívida pública regional.

Enquanto no continente (para utilizar uma expressão tão cara a Alberto João Jardim) se têm vindo a impor todo o tipo de restrições às instituições públicas, a Região da Madeira continua usufruir de um manancial financeiro cuja dívida acumulada ultrapassava em 2003 os 1100 milhões de euros e que para o corrente ano já era superior ao próprio orçamento regional.

Quando semelhantes valores (agravados pelos sucessivos perdões de juros e capital vencido) prefiguram uma situação de clara insolvência não existe forma de escamotear que a perpetuação de Alberto João Jardim no governo regional apenas pode ser explicada por um sistema de compadrio e nepotismo em tudo idêntico ao que aquela personagem aplica no arquipélago.
Só a existência de inconfessáveis interesses pode justificar que até esta data nunca os sucessivos governos centrais (sejam eles do PSD ou do PS) tenham exigido senão o pagamento, pelo menos a aplicação de medidas de política financeira visando a sua correcção.

Não disponho de elementos inequivocamente comprovadores que o presidente do Governo Regional enfileira no grupo dos políticos corruptos deste país, mas não se torna difícil admitir, de boa fé, que são igualmente corruptos o corrompido e o corruptor.

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