«Libertem os bombeiros
O ministro de Estado e da Administração Interna apelou sexta-feira aos patrões, pedindo-lhes que «libertem» os seus empregados que são bombeiros voluntários para ajudar no combate aos incêndios.»
Respiguei do Expresso este cabeçalho e princípio de notícia que se pode considerar normal, atendendo ao estado de sítio em que vive a nossa floresta, mas não posso deixar de pensar sobre o que o origina.
Mais do que a reduzida noção de civismo, de que parecem padecer bom número dos nossos empresários, não resultará este apelo, quase dramático, da total ausência de uma política nacional de segurança?
Se não vejamos.
Qual a razão para em pleno século XXI continuarmos dependentes de boas vontades para dispormos de corporações de bombeiros? Será uma efectiva poupança nacional (abençoado deficit que tudo justificas) vermos perderem-se, anualmente, milhões de euros em incêndios florestais? Para quando a criação generalizada de corporações de bombeiros profissionais?
O actual período de elevado nível de desemprego deveria ser aproveitado para, num esforço conjunto do poder local e central, a criação de verdadeiras corporações de sapadores bombeiros inseridas na tal política nacional de segurança.
Creio que esta seria uma iniciativa bem acolhida pelos próprios bombeiros voluntários (quantos, podendo, não optariam pela profissionalização) porquanto haverá sempre lugar para a sua capacidade de abnegação e altruísmo, que toda a sociedade lhes reconhece, num futuro em que pudessem operar integrados em equipas altamente treinadas.
Pois é, isto tudo é um sonho… Continua a ser mais barato manter as associações de bombeiros num estado de elevada indigência e sempre disponíveis a agradecer as parcas migalhas que os poderes estabelecidos (públicos e privados) distribuem nos momentos em que lhes é oportuno (leia-se benéfico) …
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