«Trinta e um incêndios estavam por circunscrever às 17h52, nos distritos de Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém, Vila Real e Viseu, de acordo com o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNPC).»
Lida esta notícia numa página do Portugal Diário não resisto a deixar aqui uma sugestão que muito raramente tem sido colocada sobre o que começa a tornar-se o dia a dia nos verões deste país.
Sendo verdade que:
- os meios, humanos e materiais, se mostram insuficientes para combater rápida e eficazmente o número cada vez maior de fogos florestais;
- as florestas e matas nacionais se encontram em estado de abandono, ou pelo menos, enorme negligência, fenómeno que ocorre quer nas áreas privadas, por absentismo ou incúria dos seus proprietários, quer nos parques nacionais;
estes são factos que podendo justificar os apelos das autoridades não os eximem às responsabilidades que efectivamente lhes cabem, que é a de procurar soluções que, se não puserem cobro ao flagelo, ao menos o reduzam a níveis muito, muito baixos…
Estando mais que provado que são insuficientes as acções de sensibilização para os cuidados que TODOS devemos ter com as florestas, que os poderes locais são impotentes para aplicar políticas de efectiva limpeza e manutenção das áreas florestais (seja porque no nosso país ainda se aceitam as atitudes irresponsáveis dos proprietários fundiários, públicos ou privados, que apenas servem para lançar, literalmente, achas para a fogueira), que a Justiça, por razões seguramente legais mas muito difíceis de entender por todos nós, acaba sentenciando os incendiários que a PJ tem detido a penas que não se traduzem sequer em períodos de efectiva detenção, parece-me justificada a necessidade de implementação de uma nova abordagem para este problema.
Porque não fazer como nos casos de homicídios aparentemente inexplicáveis formulando uma simples questão: A QUEM APROVEITAM OS INCÊNDIOS?
Apurados os potenciais “responsáveis” deverão ser suficientes a elaboração (caso ainda não exista) e efectiva aplicação de legislação que inviabilize as hipóteses de uns poucos ganharem muito, à custa de todos nós.
E já agora, dever-se-ia aproveitar a oportunidade para implementar uma política de correcta ordenação florestal privilegiando as espécies mais resistentes ao fogo, talvez assim não fosse tudo tão inglório...
Sem comentários:
Enviar um comentário