De acordo com o Diário Digital o número de pedidos de aposentação apresentados pelos funcionários públicos atingiu, em Junho deste ano, o dobro do período homólogo de 2004.
Este aumento dos pedidos de reforma justificado pelas mudanças introduzidas pelo governo de José Sócrates ao estatuto de aposentação da Função Pública, traduzidas no aumento gradual da idade de reforma até aos 65 anos de idade e aos 40 anos de serviço, é a resposta do grupo de funcionários públicos em risco imediato de verem aumentado o tempo de serviço efectivo. Mas, e os milhares de outros que se encontravam num horizonte próximo da reforma, digamos 5 ou 6 anos, como vão reagir? Não iremos assistir ao seu “arrastar” até atingirem o novo limite?
E como vai reagir o número ainda maior dos que vêem duplicar o tempo de serviço em falta até à aposentação? Esta medida de saneamento da segurança social não se traduzirá a curto prazo numa maior degradação dos serviços?
Não consistirá tudo isto numa muito bem orquestrada manobra para, mediante uma mais que previsível quebra de produtividade (e atenção porque este é um dos chavões mais repetidos pelos nossos políticos), se passar a uma política de efectiva redução de salários? E porque não uma nova vaga de privatizações de serviços (criteriosamente escolhidos por forma assegurar a transferência para a esfera privada dos mais rentáveis)?
Neste país, onde a honestidade política e moral dos nossos governantes (actuais e antigos) se apresenta cada vez mais duvidosa, tudo se pode esperar...
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