Foi ontem tornada pública a decisão do grupo parlamentar do PS de não incluir no “pacote legislativo” contra a corrupção, a apresentar à Assembleia da República, algumas das propostas defendidas por João Cravinho, por não as considerar consistentes e adequadas.
Segundo o DIÁRIO DE NOTÍCIAS entre as medidas propostas mas não aceites, contar-se-ão a que visava combater enriquecimento ilícito de titulares de cargos públicos e políticos e a que propunha a criação de uma Comissão Independente para a Prevenção da Corrupção.
A avaliar pelas reacções de alguns dos intervenientes, o debate no seio daquele grupo parlamentar deve ter sido “animado”, a ponto do ainda deputado e futuro administrador do BERD, já ter manifestado intenção de entregar por iniciativa individual os dois projectos de diploma na mesa da Assembleia da República.
Responsáveis do PS (Alberto Martins, líder do grupo parlamentar, e Vera Jardim) já tiveram o cuidado de anunciar que as decisões tomadas sobre a matéria foram de modo consensual (isto é, são serão apresentadas no hemiciclo as propostas com que toda a gente concordou) e que as propostas que não mereceram aceitação não serão esquecidas, continuando a ser discutidas no seio daquele grupo.
João Cravinho, expressando-se num português mais claro, desabafou: «Cheguei ao limite dos meus poderes enquanto deputado», o que infelizmente vem confirmar o que escrevi aqui.
Não estranho que a reacção da bancada socialista tenha sido adversa às propostas de Cravinho – afinal a quem de “motu proprio” ocorrerá limitar as suas próprias potencialidades de lucro? Vivemos ou não numa sociedade liberal e que incentiva a iniciativa privada?
Se dúvidas houvesse que a generalidade dos deputados socialistas não manifestam qualquer interesse em ver avançar nenhum tipo de possibilidade de limitação da sua livre iniciativa (matéria em que terão seguramente largo apoio da generalidade das restantes bancadas), ruíram perante a afirmação de Alberto Martins de que os projectos que Cravinho entregar em nome pessoal na mesa da AR não irão ter o apoio do partido, nem chegarão a ser levados à conferência de líderes para serem agendados para debate e discussão em plenário parlamentar, porque o grupo parlamentar só agendará matérias da sua autoria e aprovação.
DÚVIDAS PARA QUÊ? SÃO TODOS ARTISTAS PORTUGUESES!
No final do mês João Cravinho rumará ao Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento e nós continuaremos entregues às diatribes e arbitrariedades daqueles que elegemos para nos representarem e governarem, que anualmente actualizam principescamente os seus vencimentos (enquanto a generalidade nos vemos obrigados a gerir vencimentos cada vez mais degradados pela inflação e pela pesada carga fiscal) e para cúmulo se arrogam o direito de se julgarem acima da lei.
Até quando permaneceremos calados, assistindo de escândalo em escândalo à ascensão de políticos cada vez mais medíocres?
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