segunda-feira, 18 de agosto de 2008

CONVERSA FIADA

Tendo-me despertado especial atenção A FRASE destacada hoje na edição on-line do PUBLICO:
"O silêncio da líder do PSD é muito mais ruidoso do que o barulho dos profissionais da conversa fiada".
António Ribeiro Ferreira, "Correio da Manhã", 18-08-2008

dei comigo a ler o artigo daquele jornalista que, como era fácil de entender pelo excerto, aborda a actuação política de Manuela Ferreira Leite e de cujo texto destaco duas ideias fortes:

  1. a imprensa carece de temas fortes para motivar as audiências;
  2. a imprensa «…tem imensas saudades de outros líderes que arrasavam o Estado em seis meses, despejavam fortunas no interior, ditavam sentenças e as suas contrárias em menos tempo que o Diabo costuma esfregar um olho…»;

consentâneas com a visão que muita gente tem da paupérrima qualidade da imprensa nacional e da qual o jornal onde escreve é um digno representante mas que pouco explicarão o patamar de excelência a que eleva Manuel Ferreira Leite, porque quando afirma que «…Manuela Ferreira Leite é uma pessoa séria, que não faz promessas, com princípios que não são alienáveis, nem mesmo por votos. A líder do PSD sempre disse que ia falar verdade e que nunca iria alinhar na política espectáculo. E está a cumprir com o que disse…» mostra-se tão redundante e vago quanto a personagem que glorifica.

Ainda antes da eleição de Manuela Ferreira Leite para a liderança do PSD tive a oportunidade de escrever aqui, a propósito de um texto de opinião que publicou no EXPRESSO, que o que escrevera sobre a crise das matérias-primas revelava um total vazio de ideias próprias e não passava de um mero arrazoado de lugares comuns ou já escritos por outros.

Mas, porque tudo isto começou com uma citação, não resisto a trazer à liça um dos meus favoritos cronistas do quotidiano nacional e a citar aqui o que Batista-Bastos escreveu, há precisamente um mês, no JORNAL DE NEGÓCIOS: «As ideias da dr.ª Manuel Ferreira Leite, pelo menos as que exprime no "Expresso" e as que debita em tristes entrevistas e em melancólicos comentários radiofónicos, cabem, com perdão da palavra, num dedal de costureira

Não são precisas mais palavras para descrever o cinzentismo intelectual de Manuela Ferreira Leite, mas todas serão poucas para criticar e condenar os que há força nos tentam convencer da magnanimidade dos “chefes” (mesmo dos que ainda só são candidatos a isso) e em especial dos capciosos que envolvem em roupagens de grande sabedoria, justeza e rigor de carácter aquilo que não passa de um enorme vazio.

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