sexta-feira, 29 de setembro de 2006

NOVO ANO ESCOLAR?

O mês de Setembro voltou a registar, como vem sendo ultimamente hábito, mais um início de ano lectivo.

Apesar das tentativas de múltiplos governos (e ainda maior número de Ministros da Educação) continuam a repetir-se as situações de carência de professores (por evidente falta de organização e previsão) e de instalações, esta última agravada pela recente decisão do governo de alargar o horário escolar e o número de actividades extracurriculares no 1º ciclo do ensino básico.

Um pouco por todo o lado vemos surgirem barracões pré-fabricados (eufemisticamente designados por pavilhões climatizados) para suprirem a necessidade de espaços resultante daquelas alterações. Mesmo admitindo que fosse impossível resolver em tempo útil todas as novas necessidades é, de todo em todo, incompreensível o número de escolas forçadas a recorrer a soluções provisórias (e todos bem sabemos como no nosso país o provisório tende rapidamente a definitivo) agravando o sentimento de que pouco trabalho (ou mesmo muito pouco) terá sido feito durante o período das férias escolares, para assegurar um arranque condigno ao novo ano escolar.

A par com esta situação há ainda que referir a incerteza, registada na data de abertura oficial, sobre o número de estabelecimentos de ensino do 1º ciclo que seriam encerrados. Mesmo que não fosse discutível a opção tomada pelo governo (e se não o for no plano pedagógico pode sempre sê-lo no plano social e da segurança dos jovens) é inadmissível que todo o processo administrativo para o acolhimento dos alunos deslocados não estivesse pronto a tempo e horas (facto que aumenta as dúvidas sobre as reais razões para a medida).

Os muitos problemas que se registam no arranque de cada novo ano escolar em Portugal persistem em repetir-se. Hoje mesmo o DIÁRIO DE NOTÍCIAS, sob o título «Alunos em Oeiras almoçam no ginásio», referiu a situação que vive uma escola básica daquele concelho limítrofe de Lisboa.
Mas, para terminar, gostava de deixar aqui a referência a uma notícia que li no COURRIER INTERNATIONAL, segundo a qual as autoridades escolares no Reino Unido se debatem com crescentes dificuldades para controlarem o fenómeno da disseminação do uso das novas tecnologias para “copiar” nos exames.

Parece assim evidente que, lá como cá, a educação regista uma evidente crise de valores. E lembrar-me eu que nos meus tempos de liceu se dizia ser impensável um aluno inglês “copiar” num exame...

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