Infelizmente não posso dizer o mesmo do seu conteúdo. Que o autor aceite como profissão de fé que tudo o que ocorreu no dia 11 de Setembro de 2001 se passou conforme a administração americana o descreve, é um problema seu com o qual não me preocupo. Mas considerar que quem (e são muitos como as sondagens norte americanas comprovam) formula dúvidas e questões à interpretação oficial, como Dylan Avery (o autor do documentário LOOSE CHANGE exibido pela RTP), «...deveria ser repreendido, não ouvido» equivale a exercer uma forma de censura que seguramente não gostaria que lhe fosse aplicada.
Que o director do DIÁRIO ECONÓMICO goste mais de ver difundidas as imagens de sofrimento e miséria humana (algumas ficcionadas como aconteceu no documentário exibido pela RTP1 na noite do dia 10) que acompanharam o ataque ao World Trade Center (e que ainda hoje são utilizadas para fomentar um apoio a um governo norte-americano cada vez mais descredibilizado) é a atitude normal de quem abdica da sua própria capacidade de raciocínio e análise para se converter num mero mecanismo de repetição da “voz do dono”.
É óbvio que esta característica é tanto mais grave e condenável quanto a função de um director de um jornal deve ser a de informar e esclarecer os seus leitores, fornecendo-lhes os meios para a formulação das suas próprias opiniões e convicções e não a de se desdobrar em tentativas para explicar o inexplicável. É verdade que Zeca Afonso tinha (tem) razão e que há coisas (como as armas) com as quais não se deve brincar, mas não é menos verdade que «...não há machado que corte a raiz ao pensamento...»
Tal como Martim Avillez Figueiredo fez no seu jornal, também Pacheco Pereira na última edição do programa PRÓS E CONTRAS (RTP1), emitido na noite de 11 de Setembro, se esforçou por desacreditar as dúvidas que rodeiam o 11 de Setembro. Também este se desdobrou na tentativa e, inevitavelmente, na falta de melhores argumentos acabou por associar quem põe em dúvida a versão oficial americana ao desgastado estigma do comunismo.
Mesmo correndo o risco de não ser inovador nesta apreciação, julgo que o grande problema dos actuais defensores indefectíveis da “praxis” norte-americana é que, na ânsia de quererem contribuir para apresentar uma inimigo para os EUA e de com ele tudo justificarem, há muito perderam o mais elementar sentido crítico, incluindo o do seu próprio ridículo. Depois de confirmada a mentira que foram as armas de destruição em massa de Saddam Hussein (justificação repetida até à exaustão por todos os apologistas da invasão do Iraque), a assim continuar ainda corremos o risco de vir a ouvir (ou ler) Pacheco Pereira a corroborar qualquer iminente invasão de “aliens” para justificar a necessidade de total subordinação do mundo aos desígnios americanos.
2 comentários:
Arnaldo, dou-lhe os meus sinceros parabéns por toda esta série de posts que reflectem o 11 de Setembro. Inigualáveis, imprescindíveis!
Um abraço fraterno
Vim até aqui desde uma lista de busca de acesso ao meu próprio blog, SOCIOCRACIA.
No essencial, sobre estas questões relacionadas com o 11 de Setembro de 2001, estamos de acordo, (Apenas me parece que este blog ainda não foi descoberto por um certo tipo de provocadores que passa o tempo a importunar-me e que já vi noutros blogues também).
Noto outra coisa: você, meu caro Xarim, escreve muito bem...
Só não entendo porque é que aparecem nos seus postes algum códigos HTML...
Não li todos os seus postes sobre o 11 de Setembro, mas prometo voltar.
Talvez possamos trocar links...
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