terça-feira, 6 de junho de 2006

O QUE NOS RESERVA O NOVO SO DA MICROSOFT?

Depois de vários adiamentos e quando parecia que finalmente a nova versão do sistema operativo mais utilizado a nível mundial, o Windows, teria data de lançamento em Portugal para o 1º trimestre de 2007, eis que notícias de última hora dão conta de um possível novo adiamento. Atendendo a que a origem da informação é o próprio CEO da Microsoft, Steve Ballmer, esta ganha contornos de definitiva.

Esta versão, inicialmente conhecida com o nome de “Longhorn” e finalmente baptizada de “Vista”, já apresenta em teste uma segunda versão beta, sobre a qual têm vindo a surgir um número interessante, e cada vez mais preocupante de notícias. Primeiro começaram por ser os habituais “bugs” neste tipo de aplicações, mas pouco a pouco outro tipo de “problemas” começou a ser apontado. Entre estes, destaque para os seguintes:

  1. O facto do novo interface Aero deste sistema operativo exigir um mínimo de 1Gigabyte de memória RAM, e uma placa gráfica que o suporte Na prática talvez apenas 50% dos actuais computadores possam tirar algum partido das novas característica deste produto, até porque para a sua utilização razoável é indispensável uma máquina com um “chipset” Intel 945G, um processador Pentium 4 e 2 Gb de memória RAM;
  2. Segundo fabricantes de portáteis que têm estado a testar a versão beta disponível, esta consome energia de forma anormal donde resulta uma significativa redução do período de utilização daquele tipo de equipamentos. Ao que parece o responsável pela redução da autonomia dos portáteis será o ambiente gráfico que permitindo trabalhar com miniaturas, janelas translúcidas e transições animadas, tem como contrapartida um assinalável aumento do consumo de energia.
  3. Outro problema prende-se com o facto da nova “suite” Office 2007 (que deverá acompanhar o lançamento do Vista) incluir a criação de ficheiros no formato PDF. A Adobe, empresa proprietária daquele formato, ameaça processar a Microsoft por abuso de posição dominante se esta persistir na venda integrada daquela valência.

Como se estes não fossem problemas suficientes para este seu novo produto, a Microsoft ainda mantém pendente a disputa com a Comissão Europeia, entidade que já afirmou “acompanhar de muito perto” o lançamento de mais este produto e lembra que se mantém válida a proibição de associar o sistema operativo a “software” específico, como o leitor de media ou browser daquela empresa.

A fim de evitar novas contendas judiciais (em 2004, o Tribunal Europeu condenou a Microsoft ao pagamento de uma multa recorde no valor de 497 milhões de euros, por abuso de posição dominante no mercado, com o Windows e em Dezembro de 2005, a Comissão Europeia ameaçou multá-la em dois milhões de euros por dia caso não fosse cumprida a exigência de oferecer informação técnica aos criadores de “software”) a Microsoft já anunciou que disponibilizará, para o mercado europeu, um conjunto de oito versões, que irão da mais simples (sem o Aero Glass) até à mais completa, incluindo três versões domésticas, para monoposto e com e sem funcionalidades multimédia, e três versões empresariais, com diferentes níveis de funcionalidades.

Apesar das limitações já detectadas no seu novo produto, a Microsoft afirma que normalmente os utilizadores não usam mais que 20% do respectivo potencial, pelo que para esta nova versão do seu sistema operativo, e da “suite” Office que o acompanha no lançamento, procurou desenvolver um produto mais fácil de usar o que deverá resultar num melhor aproveitamento de todo o seu potencial.

Nesta nota de optimismo a Microsoft esqueceu-se, ou pretende que todos esqueçamos, que para a utilização das suas últimas maravilhas teremos que proceder à substituição do “hardware” que actualmente utilizamos, o que configura uma evidente estratégia de indução ao consumo, tanto mais que alguns especialistas que têm testado as versões beta têm vindo a definir o produto apenas como uma versão do XP com um ambiente gráfico novo e mais potente.

1 comentário:

Barão da Tróia II disse...

Ist já me faz lembrar os carros, troca-se a cor aos picoletes das portas e pumba, novo modelo mais 1000 Euro.