quarta-feira, 21 de junho de 2006

EXERCÍCIO DE CIDADANIA

Em resposta ao “desafio” lançado pelo ALMEIRINENSE, reuniu-se ontem no Auditório da Biblioteca Municipal de Almeirim um grupo de munícipes interessado na reflexão e debate sobre a cidade, o concelho e o seu lugar na região e no país (para usar, mais ou menos a expressão dos promotores). A vastidão do tema poderia ter sido inibidora, mas ainda assim reuniram-se cerca de duas dúzias de pessoas, entre as quais se contavam responsáveis pela gestão autárquica e por algumas das colectividades locais.

A mesa, composta por dois jornalistas (do ALMEIRINENSE e da RCA), optou, e bem, por um estilo de intervenção que motivasse a participação dos presentes. Assim, colocando directamente questões a um ou outro dos presentes (naturalmente de entre os que exercem algumas funções estreitamente ligadas aos temas) foi generalizando a participação dos que entenderam dever fazê-lo. Os temas abordados foram variando desde as razões para a elevação a cidade, o crescimento desde então registado, os equipamentos de natureza social, etc...

Durante as diversas intervenções, surgiram mais dois temas – a segurança e a saúde – que geraram outras intervenções, com particular destaque para a do comandante do posto local da GNR que procurou demonstrar a relatividade da ideia de aumento da insegurança (referindo mesmo que os casos mais frequentes têm sobretudo a ver com os pequenos delitos) e para a de Bento Sampaio, pediatra e membro da AMI, que chamou a atenção para o facto da existência de instalações para a prestação de cuidados de saúde às populações não estar a ser acompanhada da correspondente colocação de pessoal médico e de enfermagem, donde resulta a sua ineficiência.

Quase no final o vereador Francisco Maurício realçou o facto do concelho se revelar bem dotado de infraestruturas desportivas e culturais, da autarquia apoiar as colectividades locais e ainda desenvolver esforços para a realização regular de espectáculos, práticas cada vez mais difíceis face aos custos envolvidos e à falta de adesão do público. Foi nesta oportunidade que propus uma abordagem diferente na problemática de natureza cultural, chamando a atenção para dois pontos:

  • a necessidade de melhorar a divulgação das iniciativas (sejam as da autarquia sejam as das colectividades);
  • a imperiosa necessidade de formar públicos (preferentemente jovens) para as diferentes actividades propostas;

pelo que a aposta não se deveria resumir apenas à realização de espectáculos.

Pairando no ar a sensação de que ainda haveria mais a dizer sobre os temas referidos e que muitos ficaram por abordar, o adiantado da hora motivou uma proposta para a realização de futuros encontros subordinados a temas mais específicos que espero se venham a concretizar e a contar com o mesmo tipo de adesão ontem registado, tanto mais que aquilo a que ontem se assistiu foi a um exercício de cidadania que, presentes e ausentes, não poderemos deixar morrer.

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