sexta-feira, 11 de setembro de 2009

OITO ANOS DEPOIS, O 11 SET CONTINUA A “MATAR”

Talvez com a substituição da administração Bush pela de Barack Obama alguns esperassem uma mudança de atitude face aos acontecimentos do 11 de Setembro de 2001 e em especial face à tese oficial, tal como ela foi apresentada e defendida pela administração neoconservadora de George W Bush.

O passar do tempo e o próprio exemplo da posição da nova administração face a problemas como o da responsabilização dos ideólogos do sistema de prisões especiais, como a de Guantánamo, e do uso de tortura nos interrogatórios aos alegados terroristas da Al-Qaeda, já deviam ter eliminado boa parte daquelas esperanças; porém, a machadada final deverá ter ocorrido nestes últimos dias quando foi tornada pública a demissão do conselheiro de Obama para as questões ambientais[1], por razões que nada têm a ver com a sua função ou qualificação, mas tão somente por Van Jones ter assinado uma petição que questionava a actuação do ex-presidente George W Bush e o Partido Republicano naqueles acontecimentos.

Pressão do GOP[2] levou à demissão do quase desconhecido Van Jones confirmando, com o beneplácito de Obama, que questionar os acontecimentos do 11 de Setembro de 2001 e/ou a actuação da equipa de George W Bush continua a ser hoje, como o foi durante aquele consulado, equiparado a crime de lesa-pátria e quem a tal se atrever incorrerá em automática pena de ostracismo político.

Mas os sectores estreitamente ligados à clique neoconservadora continuam a manter um comportamento de profundo receio perante as vozes que mantém em aberto as dúvidas e clamam pelo devido esclarecimento, como o comprova um artigo publicado no METRO[3], onde o seu autor, James Day, cita o Dr. Patrick Leman, psicólogo da Royal Holloway University, de Londres, dizendo que há duas razões básicas para a existência e a proliferação das “teorias da conspiração”[4]: a tendência para o preenchimento de lacunas na informação com hipóteses ambíguas em substituição das mais fiáveis e a difusão dessas teses nas franjas exteriores ao pensamento dominante (mainstream) como forma de conforto e de sensação de se fazer “parte de alguma coisa”.

Estas ideias não são novas, pois já em Fevereiro de 2007 a BBC NEWS publicara um artigo de opinião do mesmo especialista com aquele tipo de argumentação, que podendo mostrar-se cientificamente válida não explica o cerne das dúvidas levantadas sobre a tese oficial para os acontecimentos de 11 de Setembro de 2001, muitas das quais procurei apresentar nos “posts” que desde 2005 tenho feito sobre o assunto[5], e em especial para a versão do “ataque” ao Pentágono.

Mas afinal, haverá melhor forma de assinalar a data, além de recordar o muito que permanece por explicar – incluindo as tentativas canhestras de explicação –, que lembrar aqui que continua a haver muita gente a levantar fundadas dúvidas sobre o assunto?
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[1] As notícias sobre a demissão, difundidas pelo NEW YORK TIMES e pelo WASHINGTON POST, podem ser lidas aqui e aqui.
[2] Sigla pela qual é conhecido o Partido Republicado (Grand Old Party) nos EUA.
[3] O METRO é um diário britânico, de distribuição gratuita, publicado pela Associated Newspaper, empresa que pertence ao grupo Daily Mail and General Trust (uma das maiores empresas europeias na área da publicação de jornais, nomeadamente o Daily Mail e o The Mail on Sunday, da televisão e da rádio) cuja propriedade é detida pela família Rothermere e que no segundo quartel do século XX foi uma das grandes apoiantes do BUF (British Union of Fascists) onde pontificava a figura de Oswald Mosley.
[4] Designação genérica pela qual são conhecidas as teses que, de forma mais ou menos fundamentada, põem em dúvida as versões oficiais de acontecimentos ou factos mais ou menos polémicos e controversos.
[5] Os “posts” referidos são os seguintes: «11 DE SETEMBRO – QUATRO ANOS DEPOIS», «NINE ELEVEN – PARTE I», «NINE ELEVEN – PARTE II», «NINE ELEVEN – PARTE III», «COM ISSO NÃO SE BRINCA», «11 DE SETEMBRO DE 2001» e «SETE ANOS APÓS O 11 DE SETEMBRO DE 2001».

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