Afinal, os nossos governantes (locais e nacionais) revelaram uma particular capacidade de antevisão quando se propuseram construir uma nova prisão no concelho de Almeirim. Esta não irá apenas resolver o sempre delicado problema da instalação da população prisional nacional; com uma rara capacidade de previsão (quiçá conhecedores de pormenores que de todo em todo não poderiam chegar ao domínio público) os responsáveis nacionais e locais pela condução dos nossos destinos agiram pró-activamente e poderemos até começar a importar os presos de outros países.
As declarações do ministro dos negócios estrangeiros explicam agora a dimensão global do projecto do Estabelecimento Prisional a implantar na Herdade dos Gagos e o secretismo que rodeou a negociação entre o executivo autárquico e o governo central; agora ninguém ousará mais questionar a opção ou sequer o arrojo de avaliar os ínfimos prejuízos com o abate de alguns sobreiros (dúzias, centenas ou milhares que sejam) quando comparados com a relevância mundial daqueles que virão a ser os seus utilizadores.
Esta inteligentíssima medida não só poderá contribuir para resolver o delicado problema que constitui o facto de ninguém querer ter os presos à porta de casa, como ainda se poderá revelar de extrema utilidade na delicada tarefa de equilíbrio da balança de pagamentos nacional.
E não pensem que o que moveu os nossos governantes (locais e nacionais) foram apenas vis interesses materiais, porque desta forma até a aparente inoperância da justiça portuguesa deixará de constituir problema, pois se não conseguimos condenar os nossos criminosos sempre conseguiremos prender os criminosos dos outros... mas, esperem lá, os prisioneiros de Guantánamo foram julgados e condenados por quem?
Ditosa Pátria e Município que tais dirigentes tem...
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