quarta-feira, 2 de agosto de 2006

PORQUÊ O SILÊNCIO?

Quase não se ouviu (ou leu) uma palavra que fosse. Imagens, nada! No entanto não há dia que não surjam novidades sobre o Médio Oriente.

A par com os recentes bombardeamentos israelitas da cidade libanesa de Canaã, que terão morto cerca de 60 pessoas, mais de 50% das quais crianças, cuja responsabilidade o governo de Telavive enjeita, sob o argumento que terá sido o Hezbollah a iniciar as hostilidades, eis que surgiram notícias sobre outras consequências dos intensos e indiscriminados bombardeamentos israelitas.

Além do elevado número de civis mortos e feridos pelos “raids” aéreos e pelos bombardeamentos e de quase 1 milhão de desalojados, Israel está também a ser responsabilizado pelo derrame no Mediterrâneo de cerca de 15.000 toneladas de ramas petrolíferas em resultado do bombardeamento da central termoeléctrica de Jiyeh, no passado dia 14 de Julho Segundo uma ONG libanesa, a Green Line, um dos seis reservatórios de combustível daquela central eléctrica, que se situa a escassos 25 m do mar, está a arder e é responsável pela nafta até agora derramada; quatro já arderam integralmente e o sexto (subterrâneo) corre ainda o risco de vir a explodir.

Yacoub Sarraf, um dos ministros do governo libanês, já confirmou que «cerca de 15.000 toneladas de “fuel” se derramaram no mar e é incontestavelmente a maior catástrofe que o Mediterrâneo já conheceu». Segundo a página da ACTUALITÉS NEWS ENVIRONNEMENT, entre 8.000 e 10.000 toneladas já se terão depositado nas costas libanesas, enquanto as restantes 5.000 ter-se-ão espalhado pelo mar. Aquele responsável lembrou ainda que «[a]té agora os grandes acidentes ecológicos ocorreram em oceanos, esta é a primeira vez que uma maré negra se regista num mar. É preciso não ter ilusões, arriscamo-nos a sofrer consequências terríveis, não apenas no Líbano mas em todos os países do Mediterrâneo oriental» e dada a dimensão da catástrofe o governo libanês já pediu auxílio à comunidade internacional.

Segundo noticia a RADIO SUISSE ROMANDE o custo da limpeza da maré negra, que já atinge cera de 1/3 da costa libanesa, é estimado entre 45 e 50 milhões de dólares. Inviabilizada qualquer hipótese de actuação enquanto durar o bloqueio marítimo imposto por Israel, a maré negra tende a alastrar, não sendo de excluir a hipótese desta vir a atingir as costas de Chipre, Síria, Turquia, Grécia e, cúmulo da hipocrisia, mesmo Israel.

Também a GREENPEACE comenta esta situação e recorda que a costa libanesa é de vital importância para a reprodução de espécies em vias de extinção como a tartaruga verde, mas porque os grandes órgãos de comunicação internacional nem uma palavra dedicaram à questão aqui ficaram algumas imagens.

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