Renovando a sua tradição de consultas populares, a Suíça voltou este fim-de-semana às urnas.
Facto habitual para os cidadãos daquela federação mas um pouco estranho para o resto do Mundo, a quem custa a entender este mecanismo de constante consulta popular, os cidadãos helvéticos foram chamados a pronunciar-se sobre duas questões: uma proposta consagrando a expulsão de estrangeiros condenados por crimes e outra sobre o lançamento de um imposto sobre os rendimentos mais elevados.
Espantosamente, ou não, a segunda, consagrando um princípio aparentemente mais equitativo e de maior justiça social, foi rejeitada, enquanto a primeira, geradora de maiores desigualdades e quiçá atentatória do princípio de igualdade dos cidadãos perante a justiça, foi aprovada.
Mesmo numa época onde o desnorte parece ser a norma e depois de há cerca dum ano terem aprovado uma outra proposta visando a proibição de edificação de minaretes[1], no que pode ser entendido como uma discriminação religiosa, eis que os suíços voltam a repetir nas urnas a imagem duma sociedade cada vez menos solidária e a raiar a xenofobia, num país onde quase ¼ da população é estrangeira.
[1] Sobre a questão ver o «post» «SINAIS (TRISTES) DOS TEMPOS»
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