Não bastou a forma atabalhoada como transformaram a proposta de Constituição Europeia (recusada nos dois únicos referendos a que foi submetida em França e na Holanda) num documento com que pudessem contornar a consulta popular, como no único país onde tiveram que o fazer viram-se forçados a uma segunda consulta e envolveram esse processo em controvérsias e mentiras para o fazerem aprovar.
O trágico (que até poderia ser cómico, não fora o facto disso vir a reflectir-se sobre a vida de milhões de pessoas) é que os irlandeses que agora aprovaram o texto do tratado fizeram-no na convicção de estarem a assegurar a solidariedade do resto da Europa, quando o que o Tratado de Lisboa prevê é precisamente uma Europa menos solidária e mais orientada para o benefício das economias dos grandes países.
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