quarta-feira, 14 de outubro de 2009

TRISTE CONFIRMAÇÃO

Há alturas em que detesto ver confirmada a razão de alguns comentários.

Digo isto a propósito dos resultados locais das eleições que tiveram lugar no passado Domingo, porque confirmou-se que os níveis de abstenção – embora ligeiramente inferiores às eleições de 2005 – continuam a ser elevados e, pior, acima da média nacional e porque o aparecimento de um novo “concorrente” teve um efeito longe (demasiado longe) do esperado, especialmente quando o movimento logrou reunir mais de 4.500 assinaturas para a respectiva legalização.

Comparando os resultados de 2005 com os deste ano constata-se que a variação de eleitores que exerceram o seu direito de voto (mais 1.044 eleitores) foi praticamente igual ao crescimento registado nos cadernos eleitorais, que foi de 1.035 eleitores, o que mesmo assim possibilitou que a taxa de abstenção tenha descido dos 48,55% de 2005 para os 45,96% deste ano, mas não impediu que o concelho continue a registar uma taxa de abstenção superior à média nacional, que nesta eleição foi de 40,99%.

Este ténue sinal positivo não me parece suficiente para contradizer os receios que aqui tinha deixado há uns dias e continuar a lamentar a oportunidade perdida de se ter feito algo de diferente.

Este sentimento parece-me ainda mais reforçado quando se olha para o apuramento de resultados no concelho de Almeirim, em 2005 e em 2009,

e se constata que em termos práticos nada se modificou, pois a autarquia mantém a mesma direcção desde o longínquo ano de 1989, sem qualquer alteração à vista e com uma clara maioria na composição da Assembleia Municipal.

A ligeira redução na abstenção e a substituição do representante de um partido (o PSD) pelo cabeça de lista do movimento independente, numa vereação cujo presidente, há semelhança de anos anteriores, se arroga o privilégio de não distribuir pelouros pela “oposição”, não chega para dar relevância ao acto.

Perante este triste quadro que outra coisa se pode concluir senão ver confirmada a ideia de que se terá perdido uma oportunidade de ouro para reanimar a vida política local...

...daqui a quatro anos veremos se a lição foi ou não aprendida!

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