Entre estes especialistas proponho-me hoje destacar um caricaturista europeu, Patrick Chappatte[1], que depois de nos deixar uma visão sobre a anterior presidência americana…
apresenta-nos uma visão particularmente lúcida do acontecimento do dia.
Fugindo ao habitual retrato do acontecimento histórico que representou a eleição do primeiro presidente não-caucasiano e da corriqueira comparação com personalidades da história norte-americana, como Abraham Lincoln ou Martin Luther King, e em vez de retratar qualquer antevisão da cerimónia de tomada de posse, Chappatte leva-nos a observar e a reflectir sobre o ambiente de carnaval que está a rodear o acontecimento.
Quando as notícias nos trazem ecos dos milhares de pessoas que se deslocaram para Washington para assistirem (através das televisões, claro) ao espectáculo que promete ser grandioso e cujos ensaios até têm tido tempo de antena nas televisões, como se de verdadeiras notícias se tratassem, quem se poderá espantar com o “merchandising” e o oportunismo que o rodeia?
Mantendo na íntegra o que escrevi nos “posts” sobre as eleições americanas: «O MAIOR CASINO DO MUNDO» e «O QUE REPRESENTAM AS ELEIÇÕES AMERICANAS», onde procurei desmontar os mecanismos que as rodeiam, não devo, no dia da tomada de Barack Obama, deixar de recordar o que escrevi a propósito da sua eleição em: «MUDANÇA, DISSE ELE…», e perguntar como será quando «…a realidade já começa a perfilar-se no horizonte «...» o panorama começa a perder o brilho e a aura da tão propagandeada mudança começa a desfalecer e a dura realidade a reinstalar-se».
Talvez mais breve que o que agora se pensa se voltará ao assunto…
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[1] De ascendência libanesa, mas suíço de naturalidade, Chappatte é um colaborador habitual de jornais como o LE TEMPS, o INTERNATIONAL HERALD TRIBUNE e o NEUE ZURCHER ZEITUNG e os seus trabalhos incidem sobre o quotidiano suíço e internacional, com particular destaque para a região do Médio Oriente.
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