segunda-feira, 20 de outubro de 2008

NOVAS ELEIÇÕES, AS MESMAS CONCLUSÕES

Encerradas as urnas no Arquipélago dos Açores e anunciados os resultados apenas é legítimos extrair uma conclusão: doa a quem doer, o vencedor das eleições volta a ser o mesmo – a abstenção.

Bem podem os políticos locais e nacionais apregoar vitórias e estabelecer ou não termos comparativos entre a realidade daquela região e o resto do país, que a única indesmentível e insofismável é a que anunciei. E nem sequer se pode falar em grande surpresa, pois ao longo das eleições já realizadas naquela região a abstenção quase sempre se revelou presença forte, pois, excepção feita à segunda consulta popular sempre ultrapassou os 30%.

E o mais grave é que agora que se aproxima a passos largos de duplicar aquela fasquia, os políticos continuem a esconder a cabeça na areia e a tentar negar uma evidência que só eles parecem não vislumbrar.

Para melhor acentuar o verdadeiro efeito do peso da desmesurada abstenção, aqui deixo um exercício de cálculo análogo ao que realizei aquando das últimas eleições autárquicas em Lisboa[1], no qual se constata que a extraordinária maioria obtida por Carlos César se resume à escolha de pouco mais de 23% do eleitorado açoriano.

Depois de mais este resultado, quanto tempo ainda teremos que esperar por uma efectiva correcção nas leis eleitorais que permitem a eleição de representantes e a formação de maiorias sem que estas respeitem minimamente o eleitorado que dizem representar?
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[1] Ver a propósito o post «AS ELEIÇÕES E O ACTO DE VOTAR»

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