Resulta esta introdução de dois factores – uma deslocação para o interior profundo do país (onde a cada passo se constata a enorme diferença entre o estado real do país e das populações e aquele que apregoam os políticos dos grandes centros urbanos) e as inerentes dificuldades de acesso à Internet – mas também de algum cansaço pessoal que o persistente bombardeamento informativo sobre a crise bancária e a evolução diária dos índices bolsistas acaba por acarretar.
Por tudo isto acabei por dar por mim a pensar se os “soundbites” com que somos assediados e que os “blogers” criticam ou apoiam na sua rede de influência, têm ou não razão de ser.
Afinal, será verdadeiramente importante o nosso contributo numa sociedade da comunicação que, queiramos ou não, não determinamos e se calhar nem influenciamos?
Seremos, os quase anónimos autores de “blogs”, uma verdadeira fonte de influência ou, como em tempos nos retratou o caricaturista Jeff Danziger (tantas vezes presente nas ilustrações que aqui apresento) nada mais que um monte de “velhos chatos”…
Mesmo que assim seja e que na maioria das vezes pouco mais façamos que amplificar os tais “soudbites” prefiro pensar que em geral desempenhamos algum papel positivo na divulgação e defesa do princípio da liberdade de informação, é que a atestar por um inquérito, efectuado no ano passado pela GlobeScan e Synovate para a BBC World Service, sobre a imprensa mundial, conclui-se que no hemisfério ocidental mais de metade (56%) dos inquiridos consideram a liberdade de imprensa fundamental para garantir a existência de uma sociedade livre.
Assim, pouco me importa em qual dos dois grupos de “bloggers” (ainda segundo a perspectiva de Jeff Danziger) me queiram incluir…
e já decidi, logo que retomado um contacto mais fácil com o que se diz e escreve sobre o que nos rodeia voltarei aos comentários, até porque matérias, além da repentinamente tão flagrante crise, não faltam e decisões políticas como a do parlamento sueco que em meados de Junho aprovou uma lei que concede ao governo o direito de pesquisar em todas as chamadas telefónicas, e-mails e fax que entrem ou saiam do país palavras-chave sem prévia decisão judicial[1].
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