domingo, 1 de julho de 2007

A PROPÓSITO DA PRESIDÊNCIA PORTUGUESA DA UE

De pouco mais se fala hoje em Portugal que do início da presidência portuguesa da União Europeia. Marcada para a Casa da Música, no Porto, e comemorada com um concerto da Orquestra Nacional do Porto que melhor forma poderia haver para iniciar algo de tão importante e grandioso como a presidência do maior bloco económico mundial?

Polémicas políticas à parte, de momento pouco importa se Sócrates conseguirá revelar-se “o bom aluno” que todos esperam até ao final do ano (e da presidência portuguesa) consiga levar à assinatura do novo tratado europeu; facto que ninguém conseguirá “roubar-nos” é que esta é já a segunda vez que assumimos o papel da presidência europeia, algo que só deverá voltar a repetir-se daqui a treze anos, lá para 2020, se entretanto o número de países membros não voltar a aumentar.

Ora é precisamente isto, e a associação deste evento à construção de espaços culturais, que me começa a deixar preocupado!

Se a cada presidência portuguesa se associar a construção de um Centro Cultural - para marcar a primeira presidência portuguesa foi construído o Centro Comercial de Belém, desculpem, o Centro Cultural de Belém (nunca consigo deixar de me recordar que cada entrada no CCB é mais cara que na Gulbenkian) e agora se associa a esta a Casa da Música, no Porto – e como o país se encontra dividido em dezoito distritos e duas regiões autónomas, é bem possível que apenas daqui a dois séculos se venha a agendar a inauguração de uma presidência nacional para o distrito de Santarém e apenas então se venha a registar a necessidade de edificação de um centro cultural na região.

Esperar dois séculos por tal eventualidade é muito tempo… demasiado tempo para quem já há séculos espera por ver a sua região incluída no mapa cultural nacional.

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