quarta-feira, 18 de julho de 2007

PASCUA-LAMA

Mão amiga enviou-me há dias um “mail” sobre um projecto de exploração mineira a efectuar por uma empresa multinacional – BARRICK – em território sul-americano. Mais concretamente aquela empresa mineira está em vias de obter a autorização dos governos do Chile e da Argentina para iniciar a exploração a céu aberto de ouro, prata e cobre numa região remota entre aqueles dois estados, num projecto conhecido por PASCUA-LAMA.

Além deste projecto a BARRICK explora um conjunto de 27 minas e desenvolve 8 projectos (entre eles o de PASCUA-LAMA) distribuídos pelos cinco continentes.



Sucede porém que naquela zona existe um conjunto de glaciares que alimentam dois rios dos quais os agricultores locais retiram a água para irrigar as suas culturas e é precisamente sob eles que se localiza parte do veio a explorar.


Há vários meses que esta polémica se arrasta e que um pouco por todo o lado têm pululado críticas e protestos contra este projecto; grupos ecologistas latino-americanos (entre os quais a OCLA – Observatorio Latinoamericano de Conflictos Ambientales) e de outras nacionalidades têm originado um movimento de protesto que forçou a própria multinacional americano-canadiana a apresentar na sua página na Internet (http://www.barrick.com/CorporateResponsibility/ PascuaLama/PascuaLamabrQA/default.aspx) a sua posição sobre o projecto.

Enquanto acusada de pretender destruir dois glaciares a multinacional mineira defende-se alegando que o projecto foi sujeito a aprovação pelas competentes entidades chilenas e argentinas e incorpora os mais elevados padrões de segurança e protecção do meio ambiente, porém este projecto já se arrasta desde 1994 e tem vindo a registar sucessivas alterações, muitas delas impostas por acções judiciais ganhas pelos seus opositores.
No momento ainda não se iniciou a exploração devido a um diferendo entre o Chile e a Argentina sobre a repartição dos rendimentos (80% para o primeiro e o restante para o outro), mas os ecologistas e a população local mantém sérias reservas sobre a benignidade do projecto, receando além da destruição dos glaciares pela degradação da qualidade da água dos rios que atravessam a região, já que é norma na actividade de mineração o recurso a produtos químicos, como o cianeto e o ácido sulfúrico, durante o processo de lavagem do minério.
Os esforços até agora desenvolvidos têm logrado ajudar a adiar o início do processo de mineração, mas seguramente que mal seja resolvido o diferendo sobre a repartição dos ganhos entre os governos chileno e argentino os aldeões da região, os grupos ecologistas e todos nós iremos assistir à destruição de mais um ecossistema e a mais um passo na redução das fontes naturais de água.

1 comentário:

antonio ganhão disse...

Mas os glaciares não se iriam derreter devido ao aquecimento global?