No próximo Sábado (20 de Maio) pelas 21H30, estará no palco do Cine-Teatro de Almeirim o Grupo de Teatro “O BANDO” com o seu espectáculo “GENTE FELIZ COM LÁGRIMAS”.
Esta companhia de teatro independente, que conta já trinta anos de actividade ininterrupta, procura com este trabalho fabricar uma realidade cénica mais acutilante que a realidade de todos os dias, e ao exercitar o virtuosismo dos actores na vida em palco, procura estimular a capacidade lúdica dos outros actores no palco da vida.
Este espectáculo, dramatizado e encenado por João Brites a partir do romance homónimo de João de Melo (galardoado com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores em 1988), mostra que também o teatro permite avançar e recuar no tempo a nosso belo prazer. Não é só o cinema que nos permite viajar no espaço sem sair do mesmo lugar, ser simultaneamente um e um outro; ora ter a voz de uma criança e logo a seguir a voz de um velho decrépito, porque, também no teatro, se pode contar, comentar e dialogar vivendo a acção em tempo real.
Sobre a obra que adaptou diz João de Brites:
«João de Melo faz-nos conhecer países que existem por baixo dos mapas, lá onde se confundem passado e presente. A multiplicidade das vozes engendradas pelo autor ecoam no nosso imaginário como se fossem dirigidas por um maestro de palavras e de silêncios suspensos num tempo parado. “O silêncio incomparável do silêncio. A mágoa. O deserto do mar com água e o deserto da água sem mar” contextualizam-se num cenário onde se digladiam as paixões de um casal desavindo. Um casal que representa a saga do ser humano obstinadamente em busca de uma felicidade que se redimensiona à escala do Mundo de hoje. Se na vida conseguíssemos parar o tempo, podíamos distanciar-nos das coisas, relativizar as lágrimas e os risos de uma vida ridiculamente tão curta.»
Sobre a obra adaptada, disse o seu autor João de Melo:
«Há como que uma estranheza alegre e positiva: as vozes, os rostos, os movimentos ocupam o espaço em branco e o silêncio da escrita; os nomes passam da pura e duvidosa invenção de quem os escreveu à ocupação e à identidade de um mundo imitado que se torna real; tudo aqui é teatro porque a única verdadeira realidade de que falamos nos livros começa e acaba nessa «poética da imitação» que toca os passos e os horizontes da vida.
Gente Feliz com Lágrimas, enquanto romance, pressupõe da parte de quem o adapta um cuidado duplo: construir um texto autónomo e “representável”; e manter a inteireza e a essência da obra original. É esse o primeiro mérito do trabalho de João Brites.»
Texto: João de Melo
A NÃO PERDER!
Este espectáculo, dramatizado e encenado por João Brites a partir do romance homónimo de João de Melo (galardoado com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores em 1988), mostra que também o teatro permite avançar e recuar no tempo a nosso belo prazer. Não é só o cinema que nos permite viajar no espaço sem sair do mesmo lugar, ser simultaneamente um e um outro; ora ter a voz de uma criança e logo a seguir a voz de um velho decrépito, porque, também no teatro, se pode contar, comentar e dialogar vivendo a acção em tempo real.
Sobre a obra que adaptou diz João de Brites:
«João de Melo faz-nos conhecer países que existem por baixo dos mapas, lá onde se confundem passado e presente. A multiplicidade das vozes engendradas pelo autor ecoam no nosso imaginário como se fossem dirigidas por um maestro de palavras e de silêncios suspensos num tempo parado. “O silêncio incomparável do silêncio. A mágoa. O deserto do mar com água e o deserto da água sem mar” contextualizam-se num cenário onde se digladiam as paixões de um casal desavindo. Um casal que representa a saga do ser humano obstinadamente em busca de uma felicidade que se redimensiona à escala do Mundo de hoje. Se na vida conseguíssemos parar o tempo, podíamos distanciar-nos das coisas, relativizar as lágrimas e os risos de uma vida ridiculamente tão curta.»
Sobre a obra adaptada, disse o seu autor João de Melo:
«Há como que uma estranheza alegre e positiva: as vozes, os rostos, os movimentos ocupam o espaço em branco e o silêncio da escrita; os nomes passam da pura e duvidosa invenção de quem os escreveu à ocupação e à identidade de um mundo imitado que se torna real; tudo aqui é teatro porque a única verdadeira realidade de que falamos nos livros começa e acaba nessa «poética da imitação» que toca os passos e os horizontes da vida.
Gente Feliz com Lágrimas, enquanto romance, pressupõe da parte de quem o adapta um cuidado duplo: construir um texto autónomo e “representável”; e manter a inteireza e a essência da obra original. É esse o primeiro mérito do trabalho de João Brites.»
Texto: João de Melo
Encenação e Dramaturgia: João Brites
Interpretação: Nelson Monforte e Sara de Castro
A NÃO PERDER!
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