sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

DEBATES PRESIDENCIAIS II

Realizou-se ontem o segundo debate relativo às eleições presidenciais de Janeiro próximo.
Marcaram presença, conforme calendário estabelecido entre os três canais televisivos e os candidatos, Mário Soares e Jerónimo de Sousa.
Conforme já tinha acontecido no anterior, onde se tinham encontrado Cavaco Silva e Manuel Alegre, também este foi um debate morno e muito pouco interessante. Como se não bastasse estarmos em presença de dois candidatos que nenhum interesse teriam em melindrar o eleitorado do outro, ainda há que juntar o figurino escolhido para estes eventos.

Um dos raros momentos de desacordo entre os candidatos foi quando Jerónimo de Sousa acusou Mário Soares de se identificar com as políticas do governo, ao que este respondeu que não seria advogado do governo e pouco depois quando abordada a questão da adesão de Portugal à Comunidade Europeia, uma vez que Jerónimo de Sousa afirmou não ver os respectivos benefícios.

No restante, em linhas gerais, os dois candidatos manifestaram uma extrema concordância (até na condenação da participação portuguesa na guerra do Iraque) num modelo de debate que uma vez revelou a sua extrema inoperância.

Na realidade aquilo que cadeias de televisão e candidaturas presidenciais chamam debate consiste numa mera entrevista a pares de candidatos, e em cujo encerramento apontaram as que entendem ser as linhas de força das respectivas candidaturas, com Mário Soares a propor-se ser o «Presidente da estabilidade» e Jerónimo de Sousa a garantir que será um « elemento de esperança».

Na saída dos estúdios Mário Soares acusou o «candidato que não quer debater» de ser responsável por este modelo falhado de debates televisivos.

Diz o povo que «não há duas sem três», por isso vamos ver o que resultará do encontro agendado para hoje entre Cavaco Silva e Francisco Louçã (o que potencialmente poderá ser o mais animado) para então avaliarmos de forma definitiva o modelo dos “debates”.

Sem comentários: