Quando se avizinha a próxima aplicação das mais draconianas regras fiscais previstas no PEC II continuam a surgir nos meios de comunicação notícias e comentários sobre as virtudes e os inconvenientes das opções tomadas.
Entre estas pode bem contar a mais recente crónica que Perez Metelo assina no DN, onde, comparando a opção mais orientada para a redução da despesa com a mais orientada para o aumento da receita, conclui que se «...a dose da purga for demasiado forte e concentrada, o doente esvai-se na pretensa cura: a economia, em vez de arrancar, resvala de novo na recessão» algo que faz todo o sentido quando a “purga” se reduz (como o faz o autor que atribui a “receita” ao PSD e ao CDS) à redução dos gastos públicos pela via exclusiva da redução de salários e reformas dos funcionários.
Embora possa ser discutível (e os visados contestá-lo-ão seguramente) que aqueles dois partidos apenas tenham referido a componente salarial da despesa pública, não é menos verdade que muitas outras iniciativas visando a redução da despesa poderiam ter sido incluídas na reformulação do PEC.
Ainda que não quantificados, são do perfeito domínio público os ostensivos gastos em deslocações, incluindo viagens e viaturas, o desproporcionado recurso a “outsorcings” com resultados de duvidosa qualidade mas de seguro retorno para os proprietários das empresas escolhidas, a constante contratação de assessores e demais consultores políticos, para já não falar da dimensão de governo e parlamento.
Ora precisamente nos últimos dias tem aquele órgão de soberania sido objecto de especial atenção, seja pela petição popular apresentada nesse sentido (como é aqui noticiado), seja pelo debate sobre o seu orçamento, sobre o qual pode ler-se que, pasme-se, «Orçamento da AR aumenta em tempo de crise».
Embora dentro da linha do politicamente correcto o PUBLICO noticie que, o Presidente da Assembleia, «Jaime Gama exorta políticos a proporem cortes nas subvenções aos partidos, grupos parlamentares e campanhas», enquanto o ECONÓMICO assegura que «Gama pede contenção ao Governo e a Belém», o que se conclui de tudo o resto é que os parlamentares parecem bem mais preocupados consigo próprios que com a população que os elegeu, tanto mais que segundo informa o DIÁRIO DIGITAL os «deputados vão gastar este ano em transportes mais 25%», talvez como forma de compensação para o anunciado corte de 5% nos seus vencimentos.
É evidente que propostas e medidas avulsas, principalmente na actual conjuntura, prestam-se às maiores demagogias e que nestas matérias o que se impunha era uma apreciação fria e ponderada das melhores alternativas; porém, quando os sinais transmitidos pelos próprios dirigentes são da natureza dos anteriormente referidos como é que se pode esperar que num debate sobre a opção entre a “dieta” e a “purga” não surja de imediato à superfície muita da má-consciência que existe no seio da classe política.
1 comentário:
Adjunta do presidente para a área do Desporto, troca coordenadora técnica das piscinas com 12 anos de experiência por amiga com menos formação que se encontra a recibo verde e que é mulher do seu colega de equipa técnica do triatlo dos águias de alpiarça, não esquecer que foi colocada em situação precária com a extinção da ALDESC, hoje foste tu Alda, amanhã somos nós...
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