Se o decoro manda que não se produzam afirmações que envolvam a mais alta magistratura do Estado Português e qualquer tipo de comentários sobre um possível ensandecimento, já o mesmo parece não se aplicar às suas opções quanto a condecorações e em especial às que são atribuídas pelos destacados serviços prestados ao País, pois que me recorde o único serviço daquele tipo que Pedro Santana Lopes terá prestado foi quando se recusou a continuar uma entrevista, para que tinha sido convidado por um canal nacional de televisão, depois desta ter sido interrompida para transmitir em directo a chegada a Lisboa de um treinador de futebol.
Da mesma forma que na oportunidade manifestei aqui o meu total apoio (e até a minha estupefacção pela personalidade envolvida), não posso agora deixar passar em claro esta “novidade” que em certa medida até nos deveria alegrar a todos; afinal talvez qualquer um tenha tantas hipóteses de vir a ser condecorado como Santana Lopes.
Se Cavaco Silva revelasse alguns resquícios de hombridade nunca aceitaria condecorar por altos serviços a mesma personalidade que tão directamente criticou no exercício desses mesmos serviços.
Se Santana Lopes mantivesse o mesmo tipo de dignidade que mostrou naquele episódio televisivo, teria recusado a comenda e eu teria motivo para aqui o louvar (como então fiz) e não para retornar ao registo crítico em que habitualmente o refiro.
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