Esta simples transcrição (típica de um diplomata de carreira) significa, nem mais nem menos, que os países ocidentais alinharam em assinar mais um cheque a Hamid Karzai, o presidente afegão que desde o desembarque das tropas da NATO se tem visto regularmente envolvido em fortes suspeitas de corrupção e cujo processo de reeleição é apenas mais um.
Esta realidade fica bem mais clara lendo-se a notícia do PUBLICO – «Plano afegão de negociar a paz com os taliban apoiado com condições» – que assegura que «…a conferência comprometeu-se com um fundo de 140 milhões de dólares (que pode chegar aos 500 milhões) para apoio à integração na sociedade dos que queiram abandonar a insurreição» e a dúvida (que a notícia também refere) relativa à fragilidade política de Karzai é o mínimo que se pode colocar.
Quando é conhecido o facto do mais recente relatório sobre o fenómeno da corrupção no Afeganistão, da autoria da USAID (United States Agency for International Development) mencionar que 2/3 das famílias afegãs pagaram subornos nos últimos 6 meses e de se estimar que os montantes envolvidos deverão rondar 25% do PIB afegão (cerca de 10 mil milhões de dólares), a dimensão do “investimento” agora decidido e a atracção que ele seguramente vai exercer sobre o que de pior existe na sociedade afegã é uma boa garantia para o prosseguimento da instabilidade naquele país.
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