Tornou-se habitual associar os frívolos acontecimentos políticos da época estival (ampliados, à falta de melhor, pela comunicação social à qualidade de notícias de primeira grandeza) ao fenómeno da “silly season”; esta prática anglo-saxónica que remonta aos finais do século XIX, conhece a partir dos mais recente acontecimentos nacionais de uma variante.
Tal como as infecções bacteriológicas também a “silly season” começa a registar mutações e a ocorrerem fenómenos temporões como o que ditou a demissão de Manuel Pinho, ministro da economia no governo de José Sócrates.
Porque só uma “silly season” é que pode explicar a demissão de um ministro que entre outras alarvidades anunciara em Outubro de 2006 o fim da crise para no ano seguinte defender as vantagens comparativas nacionais junto de empresários chineses com o argumento dos custos salariais no país serem inferirores à média europeia.
Se resistiu a isto, porquê demiti-lo agora por ter insultado um deputado da oposição?
Se não vivesemos de meras aparências, a incompetência tantas vezes revelada por Manuel Pinho não deveria ser muito mais grave que um insulto?
Este é bem um episódio revelador do mundo de aparências em que vivemos...
Sem comentários:
Enviar um comentário