quinta-feira, 11 de junho de 2009

DIA DAS MEDALHAS

Lá se cumpriu ontem mais um dia das medalhas.

Houve-as para quase todos os gostos, para os que as mereceram e para os que nem tanto… Houve até uma espécie de homenagem a Salgueiro Maia… Houve, como habitual, o desfile das vaidades civis e militares e os discursos evocativos.

Este ano, porém, de entre os discursos um houve, o de António Barreto, que justifica não apenas o destaque mas a leitura obrigatória[1].

Quando o que mais se devia ter falado e comentado seriam as palavras proferidas pelo presidente da Comissão do Dia de Portugal, o assunto que a maior parte da imprensa nacional preferiu foi o discurso do Presidente da República que naquele entaramelado habitual de ideias deixou mais umas quantas referências vagas que o tradicional cortejo de apaniguados e seguidores prontamente comentou e apoiou. Sobre as certeiras referências de António Barreto pouco mais foi dito.

Muitos não terão gostado mesmo nada de o ouvir lembrar que:

«Mais do que tudo, os portugueses precisam de exemplo. Exemplo dos seus maiores e dos seus melhores. O exemplo dos seus heróis, mas também dos seus dirigentes. Dos afortunados, cujas responsabilidades deveriam ultrapassar os limites da sua fortuna. Dos sabedores, cuja primeira preocupação deveria ser a de divulgar o seu saber. Dos poderosos, que deveriam olhar mais para quem lhes deu o poder. Dos que têm mais responsabilidades, cujo "ethos" deveria ser o de servir.
Dê-se o exemplo e esse gesto será fértil! Não vale a pena, para usar uma frase feita, dar "sinais de esperança" ou "mensagens de confiança". Quem assim age, tem apenas a fórmula e a retórica
».

para, com o conhecimento do país onde vive e a lucidez que se lhe conhece, concluir que:

«Em momentos de crise económica, de abaixamento dos critérios morais no exercício de funções empresariais ou políticas, o bom exemplo pode ser a chave, não para as soluções milagrosas, mas para o esforço de recuperação do país».

Vamos ver quem, dentro de alguns dias, ainda se lembrará do que então foi dito!
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[1] O texto integral pode ser lido aqui.

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