quinta-feira, 1 de março de 2007

PT “VERSUS” SONAE – UM ANO DEPOIS... TUDO NA MESMA

Um ano volvido sobre o anúncio da OPA da SONAECOM sobre a PT, continua o “romance” em torno de algo que há muito deveria estar resolvido.

Não fossem as restrições ao funcionamento do mercado e tudo há muito tudo teria terminado, mas... nesse caso não teríamos tido a oportunidade de aprender tanto sobre a forma como funcionam as empresas ditas de referência.

Por exemplo não teríamos descoberto que as grandes empresas, cujo capital se encontra cotado em bolsa, não têm por hábito praticar uma salutar distribuição dos seus rendimentos pelos accionistas (pelo menos a avaliar pelas declarações que há quase um ano produziu o então presidente do conselho de administração da PT, Miguel Horta e Costa), optando os seus gestores por lhes destinar diferentes utilizações.

Para os que se recordam deixei na altura aqui as minhas felicitações ao Engº Belmiro de Azevedo pela virtualidade da sua opção, ressalvando logo o facto de também ele integrar o grupo dos que praticam tal fraude.

Confirmando toda a veracidade do que então afirmei a direcção da PT, encabeçada agora por Henrique Granadeiro veio oferecer aos accionistas que recusem a venda à SONAECOM um dividendo adicional de vários milhões de euros, recolocando duas questões de primordial importância:

Como é que os gestores podem assegurar o montante dos resultados futuros da empresa?

Porque é que só sob a ameaça de uma OPA é que os mesmos gestores se mostram tão magnânimos na distribuição dos resultados?

A resposta à primeira questão, quando baseada na existência de resultados acumulados implica a tal utilização indevida do que por direito próprio sempre pertenceu aos accionistas e se formulada com base em expectativas de resultados a registar constitui um implícito reconhecimento da prática de uma gestão descuidada.

Quanto à segunda questão a resposta é bem mais simples (por não contemplar alternativas) uma vez que esta magnanimidade apenas ocorre porque os gestores receiam ver reduzidos os seus chorudos rendimentos no caso de entrada de novos “parceiros”.

Na véspera da assembleia geral de accionistas que determinará o futuro da OPA sobre a PT (ainda e sempre dependente da desblindagem dos estatutos que ponham termo à existência de acções preferenciais) mantém-se integralmente válida a observação que então produzi e qualquer que seja o resultado, para os pequenos investidores no mercado de capitais, fica a certeza de que a partilha do “bolo” lhes será sempre largamente desfavorável.

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