sábado, 30 de junho de 2012

MAIS UMA CIMEIRA


Depois de assistirmos a mais de dois anos de sucessivos anúncios de grandes medidas (que a prática revelou ineficazes ou insuficientes), bastarão as medidas aprovadas na última cimeira de chefes de estado europeus para conter a crise na Zona Euro?


Se as medidas de curto prazo que esboçam uma tentativa para conter o descalabro no sistema financeiro europeu e que levaram o EXPRESSO a escrever que «Roma e Madrid forçam Merkel a ceder» poderão representar uma certa inversão na estratégia de abordagem da crise, nem por isso se pode falar – como o fez o mesmo EXPRESSO, citando o primeiro-ministro irlandês – numa «“viragem sísmica” com recuo de MERKEL», pois no seu essencial tratam-se de “soluções” para o depauperado sistema financeiro europeu e não para o conjunto das economias da Zona Euro; mais, a solução a que a Alemanha parece ter sido forçada a aceder também contribui, e muito, para ajudar os bancos alemães.

Até mesmo o auspicioso anúncio de que «Juros aliviam em Portugal, Grécia, Itália e Espanha» não pode ainda ser entendido como uma reacção positiva dos “mercados”, tanto mais que dois dias antes se registara uma «Vaga de especulação nos mercados em vésperas de cimeira europeia».

Face ao anúncio de que «Não haverá “toika” para Itália e Espanha», talvez a única conclusão que realmente se pode extrair da reunião desta semana é a confirmação duma Europa a duas velocidades – que aplica políticas diferentes para os países ricos e os países pobres – ou que os líderes destes são muito mais fracos por não terem sabido, ou querido, enfrentar os seus parceiros mais ricos.

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